"A fiscalização já identificou, em dois casos, que a empresa inseria o lote correto na nota fiscal, mas alterava a validade do documento", afirma Rafael Lima, chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários (Disa). É por isso que o produtor rural tem que conferir o lote e a validade que estão na nota fiscal e estes devem ser iguais ao que está na embalagem do produto.
Os produtos vencidos que foram comercializados são de várias classes, como inseticidas, fungicidas e herbicidas. Entre os fatores que podem ter levado a um aumento desta prática estão o clima mais seco no verão (estiagem) e a redução na área de plantio em algumas regiões, o que acabou reduzindo o número de produtos vendidos pelas empresas. Segundo Rafael, é bom lembrar que os produtos vencidos não garantem a eficiência agronômica, podem prejudicar a lavoura e são passíveis de infração administrativa.
"Um alerta importante para o produtor é que jamais ele deve aumentar a dose do agrotóxico por estar vencido, porque isso vai acarretar a contaminação do alimento, tornando-o impróprio para consumo, além de aumentar a resistência da lavoura a pragas", afirma.
Orientações sobre o uso de agrotóxicos
Produtor rural:
- Exigir nota fiscal, com o lote do produto e a validade.
- Conferir se o que está sendo entregue é o discriminado na nota fiscal e caso haja divergência, procurar a Secretaria e não receber os produtos.
- Não receber o produto com lote e validade apagados. Todas as embalagens têm essa informação, na própria embalagem ou no rótulo.
Revendedor:
- Devolver os agrotóxicos vencidos ao fabricante.
- Não fazer promoção de agrotóxicos, já que estimula a compra e a lei define que o uso do produto não deve ser estimulado
- Incluir na nota fiscal os dados obrigatórios da IN SEAPI nº 34 de 2021 (lote, quantidade de produto, data de fabricação/produção e data de
validade do agrotóxico).
Fabricante:
- Receber os produtos vencidos.
Em caso de compra de compra de agrotóxicos vencidos, o produtor pode denunciar através do whatsapp 51 98412-9961.