Muitos técnicos notaram isso, os frutos mudaram do estágio verde-cana direto para o seco. Alguns até suspeitaram que o problema estava sendo causado por um fungo, como o Colletotrichum, pois nos frutos já secos aparece uma camada de micélio e de esporos, como um pó branco.
Ao analisar as condições de ocorrência dessa anormalidade, visando chegar à sua causa, observou-se que o problema estava correlacionado com plantas com carga alta, plantas fracas ou estressadas, com ramos mais carregados, amarelados e desfolhados e, principalmente, com ramos que apresentavam seca de ponteiros. Dentro do ramo produtivo a ocorrência estava mais concentrada na sua parte terminal, havendo maturação normal na base do ramo, perto do tronco. Verificou-se que na mesma planta a parte mais enfolhada apresentava frutos maduros normais, em contraste com a parte desfolhada. As plantas de variedades de maturação mais precoce apresentam mais problemas do que as de maturação tardia.
Ao se observar as ocorrências climáticas nessas regiões com problema, percebe-se que entre dezembro e fevereiro houve altas temperaturas e baixos índices pluviométricos, com maior stress principalmente em regiões de altitudes mais baixas.
As conclusões a que se chega são:
- As plantas que apresentam problemas de maturação forçada estão sentindo falta de energia, ou seja, não conseguiram acumular reservas suficientes para completar a maturação dos seus frutos;
- O período de stress hídrico no início da granação debilitou as plantas que não tiveram tempo de recuperar as reservas em bom nível;
- Os frutos com tecidos fracos facilitam a entrada de fungos diversos que não são primários, são oportunistas
- A maior produção de etileno, por eles conterem tecidos mortos na casca, aceleram o processo de maturação forçada;
- A florada muito antecipada, a partir de agosto/18, também ajudou, pois a maturação vem coincidindo com um período mais quente, este ano com temperaturas acima do normal;
- Mais calor ativa e acelera o processo de maturação.
Fonte: Café point.
