Terça, 03 Dezembro 2024

Super User

Sem contar a traça-do-tomateiro, apontada nos dias de hoje como a mais relevante praga da cultura do ponto de vista agroeconômico, o tomaticultor deve atentar também para a ação da broca-pequena (Neuleucinodes elegantalis) e da broca-grande do tomateiro (Helicoverpa zea). O alerta vem da equipe técnica da Sipcam Nichino Brasil, uma das líderes do mercado de agroquímicos para hortifruticultura. Segundo a empresa, um dos eixos centrais visando o controle das ‘duas brocas’ consiste no monitoramento de áreas.

 
 

 

“Esta prática deve ocorrer durante toda a safra”, assinala Vitor Cabral, engenheiro agrônomo da área de desenvolvimento de mercado. “Em ambos os casos, recomendamos iniciar o tratamento tão logo constatada a presença da lagarta, por meio da aplicação correta de um inseticida de ação rápida, entre o florescimento e a frutificação”, ele ressalta.

De acordo com o agrônomo, a broca-pequena-do-tomateiro, sobretudo, constitui “uma lagarta diminuta, de alto potencial de dano econômico”. Conforme Cabral, esta praga transfere danos calculados em até 50% à produção. Segundo ele, o inseticida Trebon® 100 SC, do portfólio da Sipcam Nichino, se sobressai continuamente em testes e pesquisas, bem como em áreas comerciais, no manejo das brocas pequena e grande.

 

 

“Funciona tão logo aplicado, na hora. Age sobre os estágios de ovo, lagartas e adultos”, destaca Cabral. Ele revela ainda que dados consolidados a campo registram eficácia de 90% de Trebon® 100 SC sobre lagartas e de 98,6% ante ovos e adultos das pragas. “Dependendo das condições da área, Trebon® 100 SC conta com indicação para uso preventivo.”

O agrônomo afirma que em todos os ensaios realizados pela empresa, o inseticida superou tecnologias que compõem o chamado tratamento padrão do produtor. “Por apresentar modo de ação diferente, a solução da companhia demonstrou alta seletividade a inimigos naturais, complementa. “Atua diretamente no sistema nervoso das pragas, é compatível com produtos biológicos e adequado ao MIP ou manejo integrado de pragas, além de eficaz no chamado manejo de resistência de inseticidas.”

 

fonte:AGROLINK

Soja, carne bovina, açúcar, carne de frango, café, celulose e suco de laranja. Esses são os sete produtos em que oBrasil é líder em exportação no mundo.

Em 2022, a venda dessas mercadorias a outros países chegou a render US$ 98 bilhões aos produtores rurais, valor que, em reais, representa mais de R$ 460 bilhões, mostram dados do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Em 2023, oBrasil deve se tornar ainda o principal exportador de farelo de soja, ultrapassando a Argentina, e o maior fornecedor de milho, superando os Estados Unidos, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Por que Brasil ganha liderança?

A esperada liderança do Brasil nas vendas de farelo de soja este ano é explicada por uma redução da produção da Argentina, que teve as suas lavouras prejudicadas por uma grande seca na região.

OBrasil foi o último maior fornecedor mundial de farelo de soja há mais de 20 anos, na safra 1997/98, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).

No caso do milho, o Brasil colheu uma boa quantidade do grão na safra passada, o que fez o país entrar em 2023 com um grande excedente de produção.

Ao passo que, nos Estados Unidos, condições climáticas desfavoráveis e aumento de custos provocaram uma diminuição na colheita. Além disso, houve uma alta na demanda interna.

Caso a previsão se concretize, seria a primeira vez que o Brasil se tornaria o principal exportador global de milho, segundo a série história da USDA.

Brasil terá safra recorde de grãos

O volume da produção brasileira de grãos deve atingir 317,6 milhões de toneladas na safra 2022/2023, um crescimento de 16,5% ou de 44,9 milhões de toneladas em relação a 2021/22.

Os dados constam no 10º levantamento de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal do Ministério da Agricultura e Pecuária que gere políticas de abastecimento interno.

Além disso, a previsão de julho é 0,6% maior do que a estimativa passada. Isso porque houve um melhor desempenho das lavouras de milho segunda safra, além de crescimento da área semeada com o trigo.

A soja deve atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado.

Fonte: G1

Líder do Progressistas no Senado, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), defende a aprovação da reforma tributária ainda neste semestre, mas cobra ajustes no texto. “É uma reforma do Estado brasileiro. Não vejo a reforma tributária como uma reforma do governo Lula, muito menos como uma reforma da oposição. Ela é uma reforma necessária, que todos os campos têm de discutir”, disse a senadora em entrevista exclusiva ao Broadcast. “Não sei como ela vai terminar aqui no Senado, mas aqui é a Casa revisora, tem de ter responsabilidade com o País e cuidado também com os Estados”, acrescentou.

Na avaliação da senadora, o debate sobre a reforma será aprofundado no Senado. Ela pede “muita calma” na discussão para evitar que seja uma reforma de aumento de tributo. Tereza Cristina pondera que o texto exige ajustes sobretudo relacionados ao Conselho Federativo e questões envolvendo o agronegócio, como o artigo que permite que Estados criem novas contribuições sobre as atividades do agro, da mineração e do petróleo. “Temos que entregar uma coisa melhor do que temos hoje, com simplificação, não aumento da carga tributária. É um tema complexo, mas existe uma vontade política de que se resolva da melhor maneira possível”, afirmou.

Ex-ministra da Agricultura durante o governo Bolsonaro, Tereza Cristina elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mesmo se classificando como uma integrante da oposição – o que ela não deixará de ser, mesmo se seu partido entrar na base de apoio ao governo. “Eu vejo ele [Haddad] trabalhando com responsabilidade. É claro, ele faz parte do governo que não pensa como eu. Mas eu vejo que ele tem feito, ele tem tentado pelo menos fazer um bom trabalho”, disse. “Não negocio em hipótese alguma toma-lá-dá-cá de ministério. Estou fora dessa discussão no PP. Sou contra, absolutamente contra, sou de oposição”, completou.

Coordenadora política da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado, a senadora espera que alguns temas caros ao setor, como o projeto de lei sobre os defensivos agrícolas, sejam aprovados ainda neste semestre. Principal liderança da bancada ruralista na Casa, Tereza Cristina critica a interferência do STF em temas legislativos, como o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A senadora também vê a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) como um dos impasses para o avanço da relação entre agronegócio e governo. “É muito ruim o governo apoiar esse tipo de coisa, porque é crime. Está na Constituição”.”

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Broadcast – O presidente Arthur Lira veio ao Senado entregar o projeto da reforma tributária na última quinta-feira (03). A senhora é posta como uma voz da oposição. Qual será o seu posicionamento?

Tereza Cristina – Da oposição? Eu defendia a reforma desde a [tramitação na] Câmara. Apesar de ela estar há 40 anos na Câmara sendo debatida, todo mundo quer uma reforma para chamar de sua. Agora, que reforma? Era a PEC 45, que foi para o grupo de trabalho com o relator, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e foi feita uma mistura da PEC 45 com a PEC 110 [que estava em tramitação no Senado]. É um pedaço de cada uma com algumas modificações importantes, porque ela foi uma reforma feita sobre o consumo. Era para ser uma alíquota única e agora são três linhas de tributação. Como ela foi feita lá na Câmara de uma maneira muito rápida, e se não fosse assim talvez não saía, ela veio agora para o Senado com algumas dúvidas. Há alguns pontos que teremos que trabalhar mais.

Broadcast – Quais são estes pontos?

Tereza Cristina – Tem o problema dos entes federativos, com a criação do Conselho Federativo. É uma atribuição do Senado cuidar do sistema federativo. Então, teremos que ver isso aqui. Será que ele precisa existir? Como esse conselho vai atuar? A tecnologia poderá superar esse conselho? Esse é um ponto que vai ser muito debatido no Senado. Como será a distribuição entre município, estado, federação? Será que é um grande Carf?

Broadcast – Os Estados produtores, sobretudo os do Centro-Oeste, são contra à ideia do Conselho (inicialmente com votos proporcionais à população de cada Estado), certo?

Tereza Cristina – Não é que eles são contra. Eles se sentem atingidos, porque como (a reforma) é sobre o consumo e a base destes Estados é a produção, como isso vai voltar? Cada um olha sobre a sua perspectiva de redução de imposto ou de aumento. O que virá de volta aos Estados produtores? Os Estados do Centro-Oeste e do Norte estão preocupados com isso, principalmente aqueles que produzem e tem população pequena. Esse será um grande ponto de discussão. Na reunião do colégio de líderes, ficou estabelecido, e o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) concordou, que faremos uma sessão no plenário do Senado com os 27 governadores para ouvir o que os governadores pensam e discutirmos esse Conselho. Os governadores do Nordeste acham que há uma preponderância dos governadores do Sudeste. Essa discussão vai ser importante.

Broadcast – Do ponto de vista do setor produtivo, o que ainda precisará ser revisto?

Tereza Cristina – O agro conseguiu alguns avanços no texto na Câmara, como, uma alíquota diferenciada para o setor. Não podemos esquecer que temos uma concorrência no resto do mundo. Não podemos ter o agro disputando o mercado com imposto muito alto. Mesmo você fazendo as reduções, há um teto. Isso foi discutido e foi colocado junto com saúde e educação num patamar diferenciado de alíquotas (correspondente a 40% ante a alíquota referência). Mas, agora precisamos pedir para a Receita e para o Ministério da Fazenda as simulações (sobre as alíquotas). Como que vai ficar, dentro do que veio da Câmara, aplicando tal alíquota? O que sobra para o setor? As exceções ficaram muito grandes lá e de última hora. Temos o artigo 20 da PEC (que permite que Estados criem uma contribuição nova sobre o setor primário). Como isso vai se dar em cima dos produtos de exportação? Esse é um artigo que para o setor é muito caro. Teremos que simular para ver também o tamanho, porque quando você junta vários impostos, os fundos constitucionais, como isso vai ficar? Aqui estou falando da preocupação do produtor, porque incide no preço das commodities.

Enfim, a reforma é necessária, precisa sair dessa Casa, mas acho que aqui os debates serão mais aprofundados, dado que o que veio da Câmara, vamos conhecer em profundidade agora. Vamos trabalhar para que ela não seja uma reforma de aumento de tributo, que é o que não queremos e que não deve acontecer. Veremos também os impactos do que veio da Câmara sobre cada segmento da economia – agro, educação, saúde, infraestrutura, serviços. Serviços também estão preocupados porque é sobre eles que há aumento de carga.

Broadcast – A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e as entidades ligadas ao Instituto Pensar Agro (Ipa) pedem que haja uma redução maior no Senado da alíquota sobre produtos e insumos agropecuários para patamar de 20% em relação a padrão. Há espaço para uma alíquota menor para o agro sem aumentar a geral?

Tereza Cristina – Não sei. É por isso que precisamos pedir essa simulação (para Receita e Ministério da Fazenda) de quanto os 40% darão de carga final. É 9%, é 8%? Vimos que no mundo todo a alíquota mais alta do agro que se tem notícia é 8%. Acho que teremos tempo de fazer todas essas simulações para ver o que veio de lá (Câmara), como isso se dá e o que pode ser mexido aqui. Vamos ter que ter muita calma. O senador Eduardo Braga (relator da reforma) está com muito boa vontade, ouvindo todos e fez uma concessão, deixando a PEC ir para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para fazermos essas audiências públicas para poder tirar o melhor texto para essa reforma. Também na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), faremos sessões conjuntas para que possamos caminhar de maneira responsável, madura, porque estaremos mexendo com a vida de todos os brasileiros. Temos que entregar uma coisa melhor do que temos hoje, com simplificação e não aumento da carga tributária.

Broadcast – O relator e o presidente têm falado de aprovar a PEC até novembro. A senhora acha factível?
Tereza Cristina – 
Acho que sim, se houver vontade política e a gente conseguir andar, não açodadamente. Vamos ver o plano de trabalho dele (do relator). Tanto o presidente Rodrigo Pacheco, quanto o relator, o senador Eduardo Braga, e o coordenador do grupo de trabalhos da CAE, o senador Efraim Filho (União-PB), colocaram essa previsão na reunião do colégio de líderes de uma maneira muito boa, de andar em paralelo, conjuntamente. É um tema complexo, mas existe uma vontade política de que se resolva da melhor maneira possível.

Broadcast – Pelo que entendemos, a senhora tem um posicionamento favorável à reforma de forma geral, a depender de ajustes a serem feitos do texto.
Tereza Cristina – 
Acho que o Senado tem o mesmo entendimento que eu tenho. Pelo que eu entendi na reunião dos líderes, acho que o que eu penso é o que a grande maioria pensa. Nós precisamos de uma reforma. Essa reforma precisa ser melhor do que temos hoje. Agora, temos gargalos a vencer e alguns deles, já coloquei aqui.

Broadcast – Durante a tramitação na Câmara, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), entrou na negociação política já na reta final e a participação dele foi bastante decisiva para aprovação da reforma. Porém, ele sofreu muitas retaliações especialmente do bolsonarismo mais radical. A senhora teme de alguma forma também sofrer algum tipo de crítica ou retaliações em geral nesse sentido?

Tereza Cristina – Críticas fazem parte de quem está na política, não é? Acho que não há ninguém que ache que temos que continuar com o (modelo tributário) que temos hoje, que as empresas gastam dinheiro, tempo e um esforço enorme para entender o nosso sistema tributário. A reforma é muito bem-vinda por todos. Agora, temos de fazer uma reforma que seja melhor que o sistema que está posto. Eu não temo críticas. Aqui no Senado, vamos fazer o debate menos açodado, com mais tempo, com mais responsabilidade para entregar para o País. Eu acho que é uma reforma do Estado brasileiro. Não vejo a reforma tributária como uma reforma do governo Lula, muito menos como uma reforma da oposição. Ela é uma reforma necessária, que todos os campos têm de discutir. Não sei como ela vai terminar aqui no Senado, mas aqui é a Casa revisora, tem de ter responsabilidade com o País e cuidado também com os Estados.

Vou olhar também para o que o meu Estado, o Mato Grosso do Sul, tem necessidade, assim como o senador Braga vai olhar para o Amazonas, como o senador Marcos Pontes (PL-SP) vai olhar para São Paulo. Enfim, cada um vai olhar pelo seu Estado e vamos olhar pelo Brasil. O que nós não podemos é não discutir e depois a gente ter o Supremo decidindo por nós. Isso não é um assunto para o Supremo, mas é isso que no final acontece. Então, a discussão tem que ser aqui, madura, responsável, olhando para o que os brasileiros precisam em termos das reformas que estão postas. E essa reforma ela começou lá atrás, no governo Bolsonaro.

Broadcast – E as demais?

Tereza Cristina – Eu disse para o meu eleitor que eu vou defender (a tributária). Defendo que fosse primeiro a reforma administrativa. O governo Lula já deveria ter mandado essa para não inchar o governo, que já está inchado com 37 ministérios. O arcabouço, devia vir depois da reforma tributária, mas precisa ser votado. Votei contra o arcabouço com muita tristeza, mas porque acho que o governo não falou de receita, falou só de despesa e não de onde arrumar dinheiro para as despesas ou de onde ele ia cortar despesas para aumentar a receita. Temos a reforma administrativa, a reforma tributária, o arcabouço e temos outras coisas para fazer para ver onde vamos arrumar dinheiro para as receitas para depois gastar.

Broadcast – Sobre o arcabouço, sabendo que o Plano Safra já passou, o arcabouço ainda pode afetar o orçamento do agro, como os recursos para o seguro rural? Há necessidade de suplementação já para este ano. Como a senhora está acompanhando essa discussão?

Tereza Cristina – Acho que o arcabouço tem que arrumar um espaço para o seguro. Não sei como esse governo vê, mas entendo que o agro é tão importante hoje para o PIB. Vimos que o agro salvou o Brasil no primeiro semestre. O seguro rural é importantíssimo, porque ele tira a pressão sobre o Tesouro, caso venhamos a ter problemas climáticos de seca e o agro não responder pelas receitas que o Brasil espera dele. Se há a garantia do seguro rural, você não pressiona o Tesouro e, por isso, é importantíssimo haver recursos para o seguro. Governo inteligente faz isso.

Broadcast – Pelo seguro, a bancada ruralista pode entrar nessa negociação do arcabouço? Sabemos que hoje há uma preocupação e que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) negou o recurso extra para a subvenção do seguro, pedido pelo Ministério da Agricultura.

Tereza Cristina – Sempre nega, né? É um absurdo. Essa briga é de longa data, não é só de agora. Mas acho que precisamos negociar sim o seguro rural, porque o seguro rural traz uma segurança para o produtor e para o governo também, que gasta menos quando ele aporta o recurso. O valor do seguro é tão pequeno face o valor que o agro traz de receita para o governo e gera emprego e renda. Vamos brigar pelo seguro rural. São só R$ 2 bilhões, é muito pouco.

Broadcast – O arcabouço está parado no momento em meio à discussão sobre reforma ministerial. O presidente Lula já confirmou que fará uma reforma ministerial. Um dos partidos contemplados, em tese, é o da senhora, o PP.

Tereza Cristina – Eu sou contra negociar com o governo. Sou contra, absolutamente contra, sou uma senadora da oposição- oposição responsável. Não sou contra por ser, tanto é que na reforma tributária não sou contra. Não negocio em hipótese alguma toma-lá-dá-cá de ministério. Estou fora dessa discussão no PP. Não sei, nem nunca acompanhei isso. Eu só pergunto para o senador Ciro Nogueira (presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro), que é o meu presidente. Eu continuo na oposição e não sofro pressão nenhuma para sair da oposição.

Broadcast – O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR) também disse ser contrário à entrada do PP no governo, inclusive, que se ele fosse o presidente Lira disse que teria rompido com o governo há muito tempo.

Tereza Cristina – Não sei se é rompimento, mas acho que você pode ser uma oposição e ser respeitado por ser uma oposição que dialoga, que tem responsabilidade. Não tenho nenhuma intenção de ter toma-lá-dá-cá com o governo Lula, porque eu sou oposição a ele.

Broadcast – Outros nomes da FPA dentro do Progressistas, como o deputado federal Evair de Melo (PP-ES), o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), também são contrários. A entrada no governo pode gerar alguma reação da bancada ruralista do PP?

Tereza Cristina – Eu não discuti isso ainda com o presidente Lupion, nem com o deputado Evair, nem com outros deputados. Falei com o presidente Ciro que não gostaria de estar nesse pacote. Eu sou uma senadora de oposição e assim pretendo continuar. Quando for assunto de interesse do Brasil, eu vou votar, seja com o governo, seja contra o governo. Interesses do Brasil, eu estou junto, eu voto. O que não for, eu estou fora.

Broadcast – Com a pauta econômica como foco no primeiro semestre, como a senhora vê a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até o momento?

Tereza Cristina – Acho que ele está indo bem. Não concordo com ele quando ele fala do Banco Central, por exemplo. Acho que o Banco Central tem tido um papel eminentemente técnico, para dar segurança inclusive para o governo. As notas positivas que a gente tem recebido de agências de rating acontecem, não por conta deste governo, mas por conta do que vem acontecendo ao longo do tempo e de indicativos de que a economia brasileira está no caminho certo, com inflação caindo. O grande problema que temos é fiscal. Vejo o ministro Haddad fazendo um trabalho que eu espero que não seja só para inglês ver. Vejo ele trabalhando com responsabilidade. É claro, ele faz parte de um governo que não pensa como eu, mas vejo que ele tem feito, ele tem tentado, pelo menos, fazer um bom trabalho.

Broadcast – A senhora foi escolhida pela FPA como a principal articuladora das pautas agro no Senado. Defensivos agrícolas, regularização fundiária, licenciamento ambiental, marco temporal para demarcação de terras indígenas são temas caros ao setor que tramitam na Casa. São temas que tiveram uma maior facilidade de aprovação Câmara e às vezes no Senado ficam parados por muito tempo. Há uma maior resistência no Senado com as pautas ruralistas, senadora?

Tereza Cristina – Não é uma resistência. A bancada da agropecuária na Câmara é muito mais forte que no Senado. Hoje temos 50 senadores que assinaram a frente parlamentar, mas isso não quer dizer que seja uma prioridade (deles), porque temos mais gente da área urbana e menos gente da área rural aqui.

Broadcast – Qual a expectativa da senhora em relação à tramitação destes temas?

Tereza Cristina – Fiquei feliz, quando o presidente Rodrigo Pacheco colocou três pontos importantes e caros para nós na pauta prioritária que ele quer executar neste semestre. O projeto dos defensivos agrícolas está andando bem. Acho que votamos ele até setembro. É a minha expectativa e estou trabalhando para isso. Junto com o senador Fabiano Contarato (PT-ES, líder do PT no Senado), estamos fazendo uma pauta bem contínua e bem adiantada para os defensivos. Acho que agora vai.

No projeto da regularização fundiária, a relatoria será da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) e conversaremos sobre. Estou concentrada nos defensivos, porque tivemos uma conversa entre a presidência da casa, governo federal e a nossa bancada para que isso andasse. O presidente Pacheco se comprometeu em fazer passar por mais uma comissão, já passaram por quase todas, mas mais uma vez vai para a Comissão de Meio Ambiente. O texto está praticamente fechado para que seja votado na Comissão de Meio Ambiente e depois vá para o plenário. Está bem adiantado. Ele (Pacheco) colocou também como um compromisso dele a regularização fundiária. Depois disso (projeto dos defensivos), irei me dedicar a ela. Ele colocou também como prioridade o projeto de regulação dos bioinsumos. Quanto ao licenciamento ambiental, acho que conseguimos passar neste semestre.

Broadcast – E o marco temporal?

Tereza Cristina Esse é o que, por enquanto, me dá um pouco mais de incertezas. Ainda vou conversar com a senadora Soraya Thronicke, que deve ser a relatora na Comissão de Agricultura, para ver. É um tema mais sensível. Quando você tem um tema sensível e ideológico, ele é mais complicado, não é? Mas é um tema também que vamos tentar passar esse semestre. Se isso tudo acontecer, me darei por satisfeita nesse meu primeiro ano de Senado Federal de ter conseguido avançar com estes temas.

Broadcast – Há um risco do STF julgar então o marco temporal antes da votação do Senado? A Corte prevê que o tema deve voltar a ser julgado até meados de setembro

Tereza Cristina – Acho que não. Vai depender. A senadora Soraya não está aqui nesta semana, por licença de saúde, mas assim que ela voltar terei uma conversa com ela e com o senador Rodrigo Pacheco para ver como será encaminhado o marco temporal. Soube que ela está com isso bem adiantado.

Broadcast – O STF está julgando um processo sobre a descriminalização do porte das drogas para consumo próprio. Pacheco fez um pronunciamento forte no plenário, criticando como um equívoco grave e dizendo que ele cabe ao Congresso Nacional…

Tereza Cristina – Ficamos muito felizes com a posição dele.

Broadcast – Existe no Senado um crescimento da percepção de que o Supremo tem invadido competências?

Tereza Cristina – Com certeza. Conversei com vários senadores, e não só de oposição, o que me chamou a atenção. Há vários senadores com essa sensação e com essa preocupação de que o Supremo está usurpando a nossa competência em alguns temas. O presidente Pacheco deixou claro sobre o piso dos enfermeiros e o porte de drogas para o uso próprio. Acho que o pronunciamento dele foi muito apropriado.

Broadcast – Senadora, víamos uma tentativa de aproximação do agro com o governo. O que ainda falta para a retomada da relação? As invasões recentes do MST tensionam essa relação?

Tereza Cristina – Com certeza, elas tensionam. No início, achei que o MST estava mudando o rumo da conversa deles e o foco. Achei que eles iam para um outro lado. O problema é que o MST quer continuar como um movimento, mas ainda não se achou. Invadir terra não dá mais. É um apelo contrário. É uma propaganda contra eles. A sociedade brasileira hoje não aceita. Em segundo lugar, acho que o foco deles deveria ser como produzir. O Incra tem quase 140 milhões de hectares, sendo que 90 milhões de hectares são para assentados. São terras que já foram dadas, em boa parte, e que os assentamentos ainda não aconteceram. Então, o foco tinha que ser em como fazer crédito, como colocar recursos para que os assentamentos sejam produtivos. E não é. Eles continuam com esse movimento de invade aqui, invade ali. E o governo, que é um governo próximo a eles, deveria colocar no orçamento. Eu não vi um tostão no orçamento deste ano, talvez no ano que vem tenha, para que eles possam comprar terras naqueles lugares onde ainda existam pessoas que precisam de terra para serem colocadas em assentamentos.

Não vejo sentido (em invasão). Acho que o MST está querendo se mostrar, porque quer ficar vivo. O foco tem que ser outro. Eles estão criando problemas com os próprios pares. Tenho contato com vários pequenos produtores e não vejo que a política que eles [assentados] queiram seja de invasão de terra. Os assentados querem a continuidade da política de entrega de títulos e querem produzir. Eles (o MST) estão perdendo tempo, invadem terras e aí aparecem na televisão por dois, três dias, não sei se isso está dando resultado. Para essa aproximação com o agro, é péssimo. O agro quer trabalhar. Isso não os aproxima, ao contrário, os afasta cada vez mais.

Broadcast – Então, o ruído entre agro e governo é o MST?

Tereza Cristina – É um dos ruídos, com certeza. É muito ruim o governo apoiar esse tipo de coisa, porque é crime. Está na Constituição. Não vejo como o governo justifica apoiar esse tipo de movimento.

Broadcast – Na sua opinião, o governo está sendo conivente?
Tereza Cristina – 
Se ele apoia publicamente… Não sei se é conivente, mas é muito ruim para a imagem do governo dizer que ele apoia. Não sei se chega a ser conivente.

Fonte: Broadcast Agro

Os participantes da abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e pela B3, fizeram diversas críticas às restrições impostas por países desenvolvidos ao agronegócio brasileiro.

O evento, que acontece nesta segunda-feira (07/08), no WTC Sheraton, em São Paulo (SP), também marca os 30 anos de criação da ABAG.

O Ministro da Agricultura e Abastecimento, Carlos Fávaro, defendeu uma “nova ordem mundial” e criticou os países desenvolvidos, especialmente os da União Europeia, de imporem medidas protecionistas, disfarçadas como preocupações ambientais, para reduzir a competitividade do agro brasileiro. “Essa ordem do mundo que vem sendo imposta pela Europa e pela UE tenta nos tirar a competitividade, nada mais do que isso”, disse Fávaro.

O Ministro observou que o governo e os produtores brasileiros reconhecem sua responsabilidade com o meio ambiente. Fávaro lembrou que o Código Florestal do Brasil é extremamente restritivo e responsável nas questões ambientais. “Por que outros não fizeram? Por que, ainda assim, querem apontar o dedo?”, questionou.

Fávaro também destacou que o Brasil deve acrescentar, em 10 anos, mais 40 milhões de hectares para a produção agrícola, com o uso de terras de pastagens pouco produtivas, um projeto que já recebeu o interesse da Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (SALIC).

Além disso, Fávaro defendeu o incentivo ao mercado de carbono no Brasil. “Hoje, pelo Código Florestal, uma propriedade tem que preservar 80% de sua área na Amazônia. É preciso que os outros países, que não preservaram suas terras, paguem por esse ativo preservado”, disse.

O mercado de compensações de emissões de carbono é realizado por meio da aquisição de créditos por empresas que não cumpriram suas metas de redução emissão de gases de efeito estufa.

A Senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-Ministra da Agricultura, em seu discurso, afirmou que o agronegócio brasileiro sofre com “travas” e restrições “ideológicas”.

“Ainda somos reféns do atraso. Muito desse atraso deve-se a inaceitáveis travas regulatórias que persistem devido à irracionalidade e a equívocos ideológicos”, disse Tereza Cristina.

Tereza Cristina destacou que o acordo comercial entre MERCOSUL e União Europeia (UE), segue sem avançar devido ao protecionismo dos países europeus no setor agrícola.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Presidente da ABAG disse que o “precaucionismo” europeu em relação a questões ambientais e sanitárias, na verdade, é um protecionismo “escondido”, que fragiliza inclusive as políticas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Como é possível manter mercados agrícolas globais quando as políticas se fecham em blocos econômicos?”, questionou.

Segundo Carvalho, as nações desenvolvidas apresentam pouco diálogo em relação às necessidades para a expansão da agricultura nos países em desenvolvimento.

“Quando temos visitas de representantes da União Europeia para discutir o agronegócio, eles não vêm aqui para ouvir, mas para pregar um ‘evangelho ambiental’”, disse.

Homenagem

Durante a abertura do Congresso também foi realizada uma homenagem ao ex-Ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que morreu no dia 29 de junho, aos 86 anos.
Paolinelli, que esteve na chefia da Pasta durante o governo de Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, foi dos fundadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e é considerado um dos principais responsáveis para o desenvolvimento da agricultura e pecuária no Cerrado e da instalação de modernas tecnologias que aumentaram a produção agropecuária do Brasil.

 

Fonte: Globo Rural

O corte 0,50% na Selic, aprovado na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, deve ser repassado na mesma proporção aos financiamentos com juros livres do crédito rural de curto prazo, que podem ficar mais baratos, disseram executivos do Santander e Bradesco. No caso das operações de investimentos, com vencimento superior a um ano, não deve haver alteração no momento, já que a projeção do mercado é de alta em um período mais longo.

O Diretor de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, disse que os juros livres pré-fixados para operações com vencimento de um ano, como as de custeio, estão em torno de 14% ao ano. Essas alíquotas poderão ser reduzidas em 0,50%. A curva de juros projetada pelo mercado para agosto de 2024 caiu de 11% para 10,50%, novo alvo para quem aposta nas taxas pós-fixadas, que também são opção para o produtor rural.

“Para quem toma financiamentos pré-fixados, melhorou o preço. No pós-fixado, dificilmente vai haver um corte mais rápido do que o projetado, mas ele toma esse risco de a taxa chegar ou não a 10,50% no ano que vem”, disse.

“Há mudança no humor do mercado e dos produtores com o corte na Selic, porque acham que vai ficar mais barato. O repasse para as operações é praticamente imediato, o mercado se ajusta na hora”, acrescentou.

Ele afirmou que o corte de 0,50% surpreendeu o mercado, que esperava redução de 0,25%, acelerando a precificação na curva de juros de curto prazo. O movimento do BC, no entanto, deixa o cenário de longo prazo mais incerto.
“Para as operações de investimentos rurais não muda nada, porque a curva de juros volta a precificar mais alto”, indicou. O comportamento do mercado monitora possíveis “surpresas no caminho” na política monetária, como repique de inflação.

O Banco do Brasil, que lidera as operações para o agronegócio, disse que a dinâmica negocial das operações com juros livres incorpora reflexos da taxa básica de juros na composição do seu custo. “Assim, o ajuste ocorrido [na taxa Selic] tem influência, sim, nos seus preços e provocará uma redução no juro pago pelo mutuário”, informou em resposta à reportagem. A instituição destacou que o ajuste depende da taxa pactuada com cada cliente, considerando o perfil do tomador.

Roberto França, Diretor de Agronegócios do Bradesco, que lidera os desembolsos de crédito rural entre os bancos privados, disse que a queda da Selic já estava precificada nas operações mais recentes. “A expectativa de queda já fez com que colocássemos uma precificação mais eficiente, mas a redução em si traz benefícios. As próximas operações já terão o benefício da Selic mais baixa”, disse.

Segundo ele, as operações de curto prazo com juros livres já estão abaixo de 14% ao ano no banco, e a previsão de momento é chegar próximo de 12,50% em 12 meses, perto do que é oferecido a juros controlados do Plano Safra. “Os bancos já começam a pensar e a fazer operações com recursos livres no patamar do recurso obrigatório para grandes produtores, na faixa de 12% ao ano”, disse.

A redução da Selic, por outro lado, não interfere nas operações com juros controlados, com subvenção ou não. Nesses casos, as alíquotas já estão definidas e seguirão em vigor até junho de 2024. Já o custo do Tesouro Nacional para pagar a equalização pode cair e fazer o orçamento da subvenção render mais, se a taxa média projetada para o Plano Safra tiver sido maior que a vigente. Se isso ocorrer, pode haver mais espaço orçamentário para subvencionar mais operações e alcançar mais produtores. Consultado, o órgão não respondeu até a conclusão deste texto.

Uma fonte que atuou na elaboração dos últimos Planos Safras disse que a queda nos juros da economia pode diminuir o gasto da União para equalizar as operações cujos recursos são captados com fontes atreladas à Taxa Média Selic anualizada (TMS) ou ao CDI. Segundo ela, o movimento pode gerar impacto também na Taxa Referencial (TR), componente de custo de captação da Poupança Rural, por exemplo, principal fonte equalizada, e até na Taxa de Longo Prazo (TLP), usada pelo BNDES. Já outro especialista disse que o Tesouro usou a projeção do Boletim Focus para a projeção da Selic ao longo do ano-safra, o que, na prática, não mudará seus gastos.

O principal efeito, reforçou a primeira fonte, é nos juros livres, que representam fatia expressiva do Plano Safra 2023/24, com R$ 177.8 bilhões. Ao todo, foram ofertados R$ 435.8 bilhões para pequenos, médios e grandes produtores. “A redução da Selic no curto e médio prazo permite melhores condições para os bancos oferecerem recursos com taxas livres em níveis mais próximos de 12%, que é a taxa estabelecida nos recursos controlados a grandes produtores”, disse.

fonte: SNA

“Para se transformar informação em conhecimento, é preciso de prática”. Com essa frase, o engenheiro agrônomo Silvio Carlos Pereira dos Santos, responsável pela Casa da Agricultura de Itápolis, ligada à área de atuação da CATI Regional Jaboticabal, fez a abertura do evento, relembrando todo trabalho realizado pela instituição, com apoio de parceiros, para apresentar novas alternativas para diversificar a agricultura em Itápolis e região, o que resultou na consolidação da Festa do Pimentão, que hoje faz parte do calendário oficial da cidade.

Em sua 6.ª edição, a Festa do Pimentão de Itápolis e Região, dividiu o espaço com a 5.ª Semana de Hortifruti. Segundo os organizadores – CATI, Sindicato Rural, Faesp/Senar e Prefeitura Municipal de Itápolis –, o objetivo dos eventos é “tornar a produção mais sustentável, atendendo às exigências do mercado, apoiando os produtores para que sejam cada mais profissionais e competitivos, ampliando a utilização de produtos biológicos e acompanhando os avanços tecnológicos”.

“Toda essa evolução na produção olerícola em ambiente protegido no município de Itápolis deu-se ao árduo e constante trabalho dos extensionistas da Casa da Agricultura, com apoio da Regional e de parceiros. Ao longo dos anos, foram desenvolvidas várias ações e projetos que culminaram na diversificação das atividades agrícolas, após a redução do cultivo da laranja”, salienta Oracy Schuindt Jr., diretor substituto da CATI Regional Jaboticabal.

Programação

O evento contou com uma programação abrangente, com palestras, Dia de Campo, estandes de empresas de tecnologia, máquinas e implementos agrícolas, sendo que, na parte técnica, além da cultura do pimentão, a “estrela da festa”, foram abordados diversos temas relacionados à produção de hortifrútis, manejo da soja e do limão, bem como apresentada a cultura do cacau (novidade na região), em uma palestra realizada pelo Grupo Técnico do Programa Cacau SP – desenvolvido pela CATI Regional São José do Rio Preto –,  que já tem produtores interessados no cultivo, por meio do empenho constante da Casa da Agricultura na apresentação de novas alternativas de renda e fixação no campo dos agricultores familiares.

“A Festa do Pimentão e a Semana de Hortifruti estão focadas em dar visibilidade às alternativas de diversificação agrícola criadas para superar a crise da laranja no passado e divulgar essa potencialidade do município”, informa Silvio.


Balanço do evento

Segundo os organizadores, o evento foi um sucesso de público, negócios e inovação: em quatro dias de evento, que reuniu 26 empresas, mais de 1.200 participantes prestigiaram as palestras e o Dia de Campo; um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior.

Entre as inovações apresentadas, os visitantes puderam conhecer uma Start Up que desenvolveu um sistema de irradiação ultravioleta para controle de fungos; telas com nova tecnologia de controle de radiação solar, com comprovado aumento no controle de pragas e da produção; e insumos biológicos.


Representatividade do pimentão em Itápolis

Itápolis conta, atualmente, com 60 produtores que trabalham com culturas em ambiente protegido (estufas), dos quais 45 cultivam pimentão. Anualmente, no município, o pimentão movimenta R$ 20 milhões, com uma produção de 300 mil caixas, gerando 120 empregos diretos, a maioria na agricultura familiar.

 Silvio conta que o trabalho de cultivo de pimentão não é pesado em relação a outros, mas exige tecnologia, capricho e dedicação. “É um cultivo que exige disciplina do produtor, pois há necessidade de um monitoramento diário; os tratos culturais não podem ser deixados para outro dia, pois dificilmente se consegue reverter uma situação desfavorável, já que as hortaliças em geral possuem metabolismo intenso e ciclo rápido”, ensina o agrônomo, que continua sendo um incentivador do cultivo, “pois com a obtenção de bons resultados ao longo dos anos, estabelecemos um mercado grande para a comercialização, até em outros estados”.

Para que o pimentão se estabelecesse como uma cadeia produtiva importante no município, Silvio destaca as parcerias como chave do sucesso. “Ao longo dos anos, vários parceiros se uniram e acreditaram no trabalho de incentivo à cultura na região, que conta com o apoio total da nossa Regional de Jaboticabal, como o Sindicato Rural de Itápolis, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, a prefeitura municipal e empresas da iniciativa privada. Hoje também contamos com apoio de pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/SAA e da Embrapa, parceria que resultou na realização, em Itápolis, da primeira capacitação no Brasil para formação de auditores e assistentes técnicos da Produção Integrada (PIF) de Pimentão”, orgulha-se Sílvio, celebrando: “Realmente tem sido um trabalho em equipe”.

Um pouco de história: a visão e o trabalho da CATI no desenvolvimento da cadeia produtiva do pimentão em Itápolis e Região

A história do pimentão em Itápolis se mistura à história do extensionista Silvio, que se apaixonou pela cultura no sistema de estufas e percebeu a possibilidade de oferecer uma alternativa viável e rentável aos pequenos produtores rurais da região.

“Em 2008, no mês anterior à minha posse no cargo de chefe da Casa de Agricultura de Itápolis, disse a minha esposa que iria iniciar um projeto visando transformar Itápolis em referência na produção de pimentão em estufas. Até novembro de 2007, eu trabalhava como conveniado na Casa da Agricultura de Iacanga e lá eu vi como o cultivo em estufas pode transformar a vida dos produtores”, conta o engenheiro agrônomo Sílvio, que percorre também outros municípios vinculados à CATI Regional Jaboticabal, prestando assistência técnica e extensão rural nessa área.

Ele relata que no primeiro dia de trabalho em Itápolis, “deu a sorte” de conhecer o produtor Aguinaldo Rossi e nele identificar a liderança que me ajudaria a iniciar o projeto de produção de pimentões em estufas. Como bom extensionista, teve uma conversa com o produtor e ao final lançou a ideia do cultivo de pimentões em estufas e a formação de uma associação. “Dois dias depois, o Aguinaldo foi à Casa da Agricultura dizer que, além dele próprio, já haviam mais dois produtores interessados em cultivar pimentão. Foi assim, com três produtores, que iniciamos o projeto na cidade que era conhecida como “a capital nacional da laranja”.

Continuando a história, Silvio relata que, todos os dias tinha fila de produtores esperando para fazer um financiamento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) ou do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) para plantar mais laranja. “Neste momento, eu entendi que precisava criar uma estratégia para chamar a atenção para o cultivo de pimentão. Aí todo final de semana eu ia até Iacanga e trazia quatro pimentões vermelhos e quatro amarelos e punha no canto da mesa. Os produtores entravam em minha sala e eu não precisava falar nada, atraídos pelos pimentões e curiosos começavam a perguntar. Foi então que comecei a formar pequenos grupos de excursão à Iacanga para conhecer as estufas. As perguntas eram muitas: como fazer as estufas, para quem vender, como transportar até os centros de consumo. Eu tinha as respostas para essas perguntas e também para a mais importante que era: eu não entendo nada de pimentão, como vou fazer? Eu ensino. Era a resposta que acabava por convencê-los”, conta Silvio.

De acordo com Silvio, o mercado comprador, a princípio, foi 100% a Ceagesp na capital paulista, com envio feito via transportadora. Hoje, a comercialização é toda feita na própria região e nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, além de supermercados regionais. “Essa transformação ocorreu porque a região de Jaboticabal é produtora de frutas e os compradores que possuíam packing houses de comercialização de frutas se interessaram por comercializar também o pimentão, que tem mercado certo e, no inverno, ainda tem forte demanda pelos compradores da região Sul do País que não conseguem produzir devido ao frio”, explica Sílvio.

No início, foram feitos muitos cursos, alguns sobre manejo e tratos e outros sobre classificação e embalagem excursões e visitas técnicas; enfim, todas visando à capacitação do produtor para que ele pudesse fazer a sua escolha tendo em vista toda a cadeia. “Em relação ao crédito para a instalação das estufas, estavam disponíveis as linhas do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e a maioria atendia aos requisitos de agricultura familiar. Todos os ajustes e acertos estavam feitos, aí foi colocar a ideia em prática e o que era um desafio, um sonho, uma alternativa, virou realidade”.

  •  Por Cleusa Pinheiro – Jornalista MTB 28.487 – Centro de Comunicação Rural (Cecor)/CATI/SAA

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira (5) que elevou o investimento no setor agropecuário em 50% no primeiro semestre deste ano, comparando os números com 2022.

As ações do banco nos primeiros seis meses do ano voltadas à agricultura familiar e ao agronegócio somam R$ 50 bilhões, segundo divulgação da instituição. Esse montante inclui novas operações de crédito e investimentos, como os cerca de R$ 1 bilhão aprovados junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (Fida) para que 250 mil famílias de agricultores familiares do semiárido nordestino recebam investimentos em práticas agrícolas e segurança hídrica.

 

A maior parte dos recursos contabilizados pelo BNDES são do Plano Safra/Safrinha 2023/2024, para os quais o banco reservou R$ 38,4 bilhões em créditos.

O volume oferecido para a agricultura familiar foi ampliado em 103%, chegando a R$ 11,6 bilhões. Para a agricultura empresarial, foram R$ 14,8 bilhões, um crescimento de 33% em relação ao plano anterior (2022/2023).

O BNDES destaca ainda a reativação de linhas de financiamentos para o agronegócio, que estavam fechadas até a posse da nova diretoria e a criação de uma nova linha indexada ao dólar, voltada para produtores que recebem na moeda estrangeira. Esses recursos somam mais R$ 11,5 bilhões.

 

Para o presidente do banco, Aloizio Mercadante, o agro brasileiro precisa produzir cada vez mais, mas sem desmatar e destruir o meio ambiente, para mostrar ao mundo um agronegócio eficiente e moderno.

Atualmente, o Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta, e metade dessas emissões são causadas por desmatamento e queimada, em grande parte relacionados à expansão de fazendas e pastos sobre biomas como o Cerrado e a Amazônia.

 

A redução dessas emissões é um compromisso internacional do país no Acordo de Paris, que visa reduzir a intensidade e o impacto das mudanças climáticas causadas pela ação humana até 2030. As alterações no clima vêm sendo apontadas como causadoras de eventos climáticos extremos e desastres, como temporais, deslizamentos e enchentes.

fonte:AGROLINK

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lançaram nesta terça-feira, 27, o plano de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no Brasil. Os recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões vão apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024.

Pensando nisso, a 17ª edição do talk show "A Voz do Mercado" trouxe o tema Plano Safra 23/24: os desafios e apostas do novo governo para a agropecuária brasileira”. O programa contorna com a mediação do consultor Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e da jornalista Suelen Farias, especialista em Novas Mídias, com atuação em agronegócio e economia. Segundo Wedekin, "um aspecto importante na minha visão é que nós temos uma política agrícola de longo prazo e esse aí é certamente um fator que fortalece a competitividade do agro brasileiro".

O debate realizado ao vivo no Canal do Agrolink no Youtube com os convidados: Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Banco Itaú BBA, e Octaciano Neto, diretor de agronegócio da SUNO Asset.

Sobre os debates envolvendo o Plano Safra, o diretor de agronegócio do Banco Itaú BBA, Pedro Fernandes afirma, "o Plano vem para ajudar na reconstrução da imagem do agro, quando as discussões de acesso ao mercado passam por questões socioambientais. Quando comparamos as práticas do agricultor brasileiro ela é muito avançada em relação a qualquer lugar do mundo. E o Plano Safra reconhece isso". Fernandes também defendeu a importância de boas práticas. "Através de uma redução de juros de certas linhas específicas, estimule as melhores práticas como a de recuperação de passagem ou de transformação de pastagem degradada em área de lavoura, assim como as linhas mais padrões do plano", o diretor.

Já Octaciano Neto, diretor de agronegócio da SUNO Asset mencionou sobre a espera pelo lançamento do Plano Safra, "cada ano que passa, o anúncio do Plano Safra é o dia mais esperado e desejado, pela importância dos recursos." Octaciano Neto também destacou a importância da frente parlamentar do agronegócio. "Eu quero destacar no Plano Safra, a importância do papel da frente parlamentar do agronegócio brasileiro. A gente pega o número de 33 planos consecutivos sendo publicados e no governo, presidentes diferentes ao longo desses 33 anos. E pra mim, tem uma liga. Uma continuidade, e essa continuidade é muito sustentável" destacou Neto.

Essa edição do  talk show contorno com a participação por vídeo de  Wilson Vaz de Araújo, Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Valter Bianchini, Ex-secretário de Agricultura Familiar do MDS e José Antônio Ricken, Presidente da OCEPAR.

O Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura trouxe números do recurso, "foram destinados R$ 364,2 bilhões para financiar um agronegócio, operação de custeio, investimento, registro e industrialização. Um crescimento de 27%. Desse montante, R$ 272 bilhões serão para financiar as operações de custódia e R$ 92 bilhões para financiar investimentos". Wilson Vaz de Araújo também refutou a hipótese de esgotamento de recursos. "Acreditamos que não teremos esgotamento precoce de recursos e sim teremos condições suficientes de para financiar a safra até o mês de junho, quando o ciclo se encerrar" disse o Secretário.

O Ex-secretário de Agricultura Familiar do MDS falou sobre a destinação de recursos para a Agricultura Familiar. "Amanhã o Presidente Lula e o Ministro Paulo Teixeira lançam o Plano Safra na agricultura familiar que deve ter recursos na ordem de R$ 71 bilhões". Valer Bianchini afirmou também sobre a alta demanda do recurso. "Os investimentos continuam represados. Num ano de grande aumento de máquinas, equipamentos e de grande demanda, os recursos de R$ 71 bilhões para R$ 92 bilhões foram um aumento relativamente pequeno. Haveria uma demanda maior", afirmou o ex-secretário.

Sobre as demandas do Crédito Rural, José Antônio Ricken, Presidente da OCEPAR destacou,"houve um esforço muito importante do Mapa para que os valores fossem expressivos e isso é positivo, pois a demanda para o Crédito Rural é bastante significativa". O Presidente da OCEPAR finalizou fazendo um panorama da situação atual. "De uma forma geral, nós vamos ter que aguardar as experiências do Conselho Monetário Nacional pra ter uma ideia mais completa. Se nós fizemos um resumo, podemos dizer que em volume foi um avanço significativo e outras regras permaneceram basicamente as mesmas, disse Ricken.

No final da 17ª edição da "A Voz do Mercado",  Ivan Wedekin deu sua sítese. "Não é que o governo está fazendo uma ponte com o agronegócio. É o governo e a agropecuária abraçando uma sustentabilidade e construindo uma ponte com o futuro, com a nossa clientela, dentro da nossa estratégia de acesso a novos mercados" finalizou o mediador.

 

fonte:AGROLINK

  1. Mais vistas
  2. Destaques
  3. Comentários
Ad Right

Calendário

« Dezembro 2024 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
            1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 31