O Brasil é conhecido pela sua mistura de culturas, com regiões de grandes diferenças entre si, mas com uma característica em comum: a força do Agronegócio. Quando analisamos a atividade leiteira, muitas empresas rurais tem surgido no setor, bem como algumas deixaram de ser sustentáveis. O setor tem demonstrado dia após dia a importância da tecnologia, qualificação da mão de obra e tudo isso atrelado a uma gestão de qualidade que visa a sustentabilidade do processo.
Sendo assim, quando o produtor pensa em iniciar/melhorar uma criação de vacas leiteiras, um momento muito importante é a escolha da raça, o que depende diretamente do sistema de produção que se pretende adotar na fazenda: Extensivo Intensivo Ciclo completo Venda de matriz, de bezerros ou novilhas Sistema de dupla aptidão Forma de recebimento pelo leite entregue Outros Em um sistema mais intensivo, ou seja, confinado, geralmente o objetivo é a produção máxima dos animais ou qualidade do leite, por isso a escolha é pautada em vacas com alta produção, quantidade de sólidos do leite alta quando este recebe por % de gordura no leite. Mas se o sistema for menos intensivo, em que o animal tem que caminhar até o alimento, a preferência é por vacas medianas, em que a produção é um pouco menor que a do confinado, porém apresenta uma rusticidade maior, aguentando erros de manejo e adversidades climáticas sem grandes prejuízos. Apresentamos então as raças mais comuns, no Brasil, para se investir na atividade leiteira, sendo essas as:
Raça Holandesa
É a raça europeia mais disseminada no mundo e com maior potencial para a produção de leite. Possui a pelagem branca e preta ou branca e vermelha, são exigentes quanto ao clima, conforto e manejo. É uma matriz muito utilizada em cruzamentos devido ao seu potencial. As novilhas podem ter a primeira cria aos 2 anos de idade. A produção média de leite é de 6 a 10 mil kg em 305 dias de lactação.
Diamantina Roca Goldwyn Tocha -TE do Criador e Proprietário Dirceu Antonio Osmarini – Chácara Diamantina – Arapoti PR. (Fonte: Divulgação.)
Raça Jersey
É uma raça europeia mais rústica, ou seja, que se adapta mais fácil com uma boa produção de leite, alta fertilidade e grande longevidade, eleita a segunda melhor raça leiteira. É uma raça de pequeno porte com pelagem parda com variação de pardo escuro ao amarelo claro. O leite apresenta elevados teores de proteína e gordura. Devido a precocidade sexual a primeira parição pode ser de 15 aos 18 meses de idade. A produção média de leite é de 3.500 a 5.500 mil em 305 dias de lactação. Para saber mais sobre a raça e como cria-la, confira a matéria Vantagens de se criar gado Jersey, qualidade do leite é diferencial.
TSV Felicia Jamal EX-90 / Fazenda Ipiranga
Raça Pardo Suiço
É uma das raças europeias mais antigas do mundo. Podem ser utilizadas para produção de carne, porém a raça é predominantemente usada na produção leiteira. Possui uma pelagem parda clara a cinzenta escura, são animais rústicos e com alta fertilidade e longevidade. A idade das novilhas ao primeiro parto é de 30 meses. A produção média de leite é de aproximadamente 2.500 kg em 200 dias de lactação.
Foto Divulgação.
Raças Zebu Leiteiras
As raças indianas conhecidas como zebuínas se diferenciam das raças europeias por serem animais que se adaptam mais rápido, com grande resistência ao calor excessivo e à alta umidade do ar. O Gado zebu usufrui com eficiência alimentos com baixa qualidade nutricional. As três raças zebuínas mais comuns são:
Gir
É a raça indiana mais utilizada em cruzamentos. Possui grande porte com a pelagem variada. Apresenta longevidade produtiva e reprodutiva além de ter temperamento dócil. A idade do primeiro parto é de aproximadamente 43 meses. Já a produção média de leite é de mais ou menos 777 kg em 286 dias.
HELGA FIV TOL. Foto Divulgação.
Guzerá
Considerada a primeira raça zebuína utilizada pelo homem, ela possui fácil adaptação e pode ser utilizada para a produção de leite e carne, ou seja, dupla aptidão. Uma característica importante é a fertilidade da raça, já que se bem manejada pode fazer um bezerro a cada 13 meses. E a produção média de leite durante o período de lactação de 270 dias é de 2.071 kg. Além da % de gordura do leite e sua rusticidade, a raça aceita erros de manejos principalmente para os que iniciam na atividade sem conhecimento do manejo correto.
Foto: Cordeiro
Sindi
Adequados para regiões mais secas e de poucos recursos alimentares, como no nordeste brasileiro. Assim como Guzerá também pode ser utilizada na produção de leite e carne. A raça possui um porte pequeno e a pelagem vermelha, variando do mais escuro ao amarelo-alaranjado com pintas brancas com a produção média de leite de 2.266 kg em 250 dias.
Foto Divulgação.
Girolando
É derivado do cruzamento da raça zebuína Gir com a raça europeia holandesa. A mistura agregou a rusticidade da raça Gir com a alta produção da raça holandesa, além da precocidade sexual, longevidade e fertilidade. Um dos benefícios das raças mestiças é a questão do preço comparado às raças puras, no caso do Girolando o valor é menor e a média de produção de leite é ótima, aproximadamente 5.061 kg em 283 dias.
CERES GOLDWYN FIV F.CONGONHAS. Fazenda Nova Terra.
Diferença na qualidade do leite das vacas Jersey e Holandesas
A produção leiteira enfrenta muitos problemas em sua cadeia produtiva. Um destes problemas é a escolha da raça que melhor se adapte ao manejo e principalmente as condições da propriedade.
Fonte: Compre Rural.