Na última quarta-feira (27/11) o secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, apresentou o detalhamento do programa para lideranças e representantes do setor produtivo, em Florianópolis. A intenção do projeto é proporcionar mais renda ao produtor rural, com maior segurança alimentar à população e minimizando os impactos ao meio ambiente.
"Santa Catarina tem sido protagonista em vários setores, somos destaque internacional pela qualidade dos nossos produtos e agora temos um novo desafio. Nossa agricultura é altamente tecnificada, nossos produtores são extremamente dedicados e a produção agroconsciente será a nova marca do agronegócio catarinense", destacou o secretário.
O Programa contempla a produção de alimentos convencional e também o sistema orgânico e agroecológico, com ações específicas para fomentar os projetos agroconscientes, a capacitação de agricultores, fiscalização do comércio e uso irregular de agrotóxicos e lançamento de pesquisas e tecnologias. Durante a reunião desta quarta-feira, os representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC) ressaltaram a importância do alinhamento de ações junto à iniciativa privada para que o AgroConsciente ganhe ainda mais força.
"Vemos algumas ações que já estão sendo executadas em Santa Catarina. Esse é um projeto amplo, com resultados a longo prazo e que passa pela conscientização dos produtores e de toda cadeia produtiva", afirmou o diretor executivo da Fecoagro, Ivan Ramos.
Apoio a investimentos
Os já tradicionais programas da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, que apoiam os investimentos e melhorias no meio rural catarinense, possuem agora linhas especiais para o apoio à produção agroconsciente. Em um ano, a expectativa é destinar aproximadamente R$ 40 milhões e atender mais de 15 mil produtores.
Com o Menos Juros, os agricultores e pescadores contam com financiamentos de até R$ 100 mil, com o subsídio de juros de 2,5% e um prazo de oito anos para o pagamento. Os investimentos podem ser utilizados para captação, armazenagem e distribuição de água para consumo humano e animal; energias renováveis ou inovação e produção limpa.
O Programa de Fomento à Produção Agropecuária traz um limite de financiamento de R$ 30 mil para melhoria de sistemas produtivos e de R$ 40 mil para agregação de valor. A linha não tem juros e os produtores têm cinco anos de prazo para pagamento. ?
O Programa Terra-Boa neste ano conta também com o projeto-piloto Kit Solo Saudável, que libera kits compostos por sementes de, ao menos, duas espécies ou cultivares de plantas para adubação verde e insumos. O valor do kit é de cerca de R$ 2 mil e o produtor tem dois anos de prazo para pagamento, com parcela anual. Se o pagamento for único, haverá subvenção de 60% sobre o valor da segunda parcela.
Além disso, Santa Catarina já conta com 101 projetos de pesquisa em andamento com temas relacionados à produção mais consciente e está prevista a entrega de 10 tecnologias por ano nesse sentido.
Agronegócio em Santa Catarina
Referência internacional em produção agropecuária, o estado é o maior produtor nacional de suínos, cebola, maçã, pescados, ostras e mexilhões; o segundo maior produtor de aves, tabaco, arroz e alho, além de grande produtor de trigo, mel e leite. No primeiro semestre de 2019, o agronegócio respondeu por 70% de todo faturamento com as exportações catarinenses, gerando receitas que passam de US$ 3,14 bilhões.
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