Brasil pode superar EUA na exportação de milho Destaque

Escrito por  Jan 03, 2020

O Brasil poderá superar os Estados Unidos nas exportações de milho neste ano. Se isso ocorrer, os brasileiros assumiriam a liderança das exportações mundiais de mais uma commodity, uma vez que os Estados Unidos são os líderes mundiais nas exportações do cereal.

Os brasileiros lideram as exportações de café, soja, carne bovina, carne de frango, suco de laranja e açúcar. Neste último caso, o País tem perdido participação devido à produção cada vez maior de etanol em detrimento de açúcar.

As exportações brasileiras de milho atingiram 45.463.000 toneladas no acumulado de 2019, ou seja, cerca de 97,50% a mais do que as 23.015.000 toneladas embarcadas em 2018.

O volume é o maior já exportado pelo País e acima do estimado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que projetava uma exportação de 41 milhões de toneladas, e de consultorias privadas, que estimavam de 40 milhões a 41 milhões de toneladas.

A receita gerada com as vendas de milho foi de US$ 7.776 bilhões, 98% acima dos US$ 3,931 bilhões obtidos em 2018. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

O resultado foi favorecido pelos problemas na safra norte-americana de milho e pelo fortalecimento acentuado do dólar, que deu competitividade às commodities brasileiras.
Safra americana

Os Estados Unidos, que excepcionalmente tiveram um ano ruim nas exportações de milho, somaram apenas 36 milhões de toneladas de janeiro a outubro, segundo os dados mais recentes do USDA. Esse volume é 40% inferior ao de igual período do ano passado.

Em 2017, os Estados Unidos exportaram 62 milhões de toneladas de milho. No ano seguinte, 52 milhões de toneladas.

Se mantiverem esse ritmo fraco nas vendas externas, os EUA deverão fechar o ano com volume inferior ou próximo ao do Brasil. Mas, tradicionalmente, novembro e dezembro são meses de intenso volume exportado pelos americanos.

Se o ritmo das vendas melhorar nos últimos dois meses deste ano, e os americanos repetirem o último bimestre de 2018, o volume exportado somará 45 milhões de toneladas, um pouco acima do dos brasileiros.
Ritmo intenso

As exportações brasileiras ocorreram em ritmo intenso porque o país teve uma produção recorde de 100 milhões de toneladas neste ano. Além disso, a qualidade do produto brasileiro e a competitividade, devido à queda do real, trouxeram grandes importadores ao País.

O representativo volume de cereal que sai do Brasil preocupa as indústrias processadoras de ração. Para completar o abastecimento interno, elas já planejam iniciar importações no primeiro trimestre do próximo ano.

A queda nas exportações do cereal pelos americanos ocorreu devido às expectativas iniciais de uma safra ruim, em função de problemas climáticos e atraso no plantio no Meio-Oeste.

Os produtores dos Estados Unidos, prevendo oferta menor no país, seguraram as vendas à espera de preços melhores. Sem o produto dos americanos, os importadores recorreram ao Brasil, à Argentina e à Ucrânia.

As exportações brasileiras de milho deverão render um recorde de US$ 8 bilhões neste ano, tornando o produto um dos principais da pauta de exportações do agronegócio.

As receitas dos exportadores norte-americanos somaram US$ 6.7 bilhões de janeiro a outubro, segundo os últimos dados disponíveis.

 

Fontes: Folha de S. Paulo (Mauro Zafalon) e Broadcast Agro

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