Segundo o pesquisador da área de entomologia agrícola, Carlos Alberto Domingues da Silva, a parceria é interessante porque deverá sintetizar e disponibilizar para os produtores de algodão um inseticida biológico eficiente contra pragas importantes da cultura.“Especialmente por se tratar de um produto biológico, amigável, do ponto de vista ambiental, e por haver uma procura ávida dos cotonicultores brasileiros por um inseticida biológico, capaz de substituir os pesticidas químicos convencionais”, comenta.
Ele comenta que um dos principais fatores responsáveis por elevar os custos de produção do algodoeiro é o uso de inseticidas químicos sintéticos, os quais podem favorecer o surgimento de populações de insetos resistentes a esses produtos. Domingues já possui resultados promissores em suas pesquisas com fungos entomopatogênicos, particularmente, Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, que controlam duas pragas-chaves do algodoeiro, o bicudo e o curuquerê.
Takahashi disse que o algodão faz parte da história da Toyobo há mais de 130 anos. Ele diz que a parceria com Embrapa pode originar soluções novas e menos agressivas ao ambiente. “Os defensivos microbianos podem ser tornar, em médio prazo, uma solução de baixo custo e duradouras”, afirma.
Ele ressaltou que a empresa estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já acumulou muito conhecimento nessa área e pode auxiliar muito no desenvolvimento de novos produtos e na solução de problemas que, eventualmente, possam atrapalhar os objetivos que procuramos. “A próxima etapa será registrar esses produtos, para, em seguida, disponibilizá-los aos produtores rurais e levar, efetivamente, a solução para o campo”, acrescenta o executivo.
Para Guilherme Micai de Oliveira, responsável pela prospecção de Pesquisa & Desenvolvimento da Toyobo do Brasil, os produtos microbiológicos para a cultura do algodoeiro poderão beneficiar também médios e pequenos produtores, inclusive no Nordeste.
“Quando você dispõe de produtos mais eficientes, como é o caso dos fungos entomopatógenos, facilita o manejo sustentável das pragas. Isso auxilia na preservação dos inimigos naturais por se tratarem de produtos altamente seletivos. Outra vantagem é a de não serem tóxicos para o produtor e nem para o produto final, em si, então pode ser uma ajuda enorme para o produtor familiar do algodão”, avalia.
Os parceiros estimam que essa tecnologia possa estar disponível para os cotonicultores num prazo de três a quatro anos.
Fonte: www.grupocultivar.com.br por Dalmo Oliveira