Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, parte da indústria brasileira já tem adotado práticas como o reuso de água, reciclagem de materiais e logística reversa. Ele vê, no entanto, que ainda há muito potencial a ser explorado no uso eficiente de recursos naturais.
“Esse é o caminho para a inserção do país na economia de baixo carbono. Para isso, é imprescindível que haja uma ação articulada entre iniciativa privada, governo, academia e sociedade no sentido de criar novas formas de produzir e consumir”, salienta Andrade.
Diferentemente do modelo tradicional, que envolve a produção, consumo e descarte, a economia circular preconiza o ciclo do compartilhamento, manutenção, reutilização, remanufatura e reciclagem de materiais e produtos.
Motivações
Utilizando amostras de 1.261 empresas industriais escolhidas de forma aleatória, 75,9% dos entrevistados relatam que a razão, para adotar a economia circular, foi reduzir os custos. Já 47,3% disseram que são motivados pela busca por maior eficiência operacional. Em seguida, aparece a oportunidade de novos negócios (22,6%).
Segundo o estudo da Confederação Nacional da Indústria, 60% das indústrias entendem que as práticas de economia circular podem contribuir para a geração de empregos na própria empresa ou na cadeia produtiva do setor.
A pesquisa, no entanto, aponta que 73% consideram que a transição para esse tipo de economia deva ser uma responsabilidade compartilhada entre governos, consumidores e iniciativa privada.
“No Brasil, para que lógica circular se realize será necessário maior investimento em educação e inovação. Em um primeiro momento, as empresas terão de investir, mas, em uma etapa seguinte, será possível diminuir custos operacionais por meio de processos mais eficientes e voltados para o reaproveitamento de resíduos e utilização de bens reciclados”, diz Marcelo Thomé, presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
Fonte: Agência Brasil/EBC