O conceito de agente de controle biológico implica que um inimigo natural da praga seja introduzido na lavoura de maneira controlada e em momentos estratégicos planeados. Nesse contexto, o Uruguai está a utilizar o Trichogramma Pretiosum Riley, uma pequena vespa que parasita o inseto hospedeiro, colocando ovos nas larvas da lagarta.
Após a vespa ser liberada, é necessário que haja também um manejo da plantação de forma que contribua para o desenvolvimento e proliferação do inimigo natural da praga. Deve ser feito um trato alternativo, complementar ao uso tradicional de inseticidas, desenvolvido principalmente para o cultivo de soja e do girassol, facto fundamental que contribui para maior segurança alimentar.
“Este é um método que já tem anos de desenvolvimento e agora finalmente chegamos a registrar o agente controlador das principais lagartas que atacam a soja no Uruguai. Queremos reforçar a biodiversidade do nosso território, mas para isso é necessário mais pesquisa e trabalhar na difusão desse conhecimento e assistência para que o produtor utilize essas ferramentas”, afirma Federico Montes, diretor da DGSA.
Já existem no Uruguai nove registros de outros tipos de controles biológicos. Para 2019 podem ser registrados mais 17 novos agentes para diferentes culturas, tais como maçã, uva, alfafa, soja, pimentão, alface, citrinos e para eucalipto.
Linhagens de vespas Trichogramma pretiosum Riley já são usadas largamente no Brasil para controlar pragas da soja e do tomate. Investigadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em colaboração com colegas da University of California em Riverside, nos Estados Unidos, foram pioneiros no desenvolvimento desse agente biológico de controle de pragas no Brasil.
De acordo com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), as mais de 30 espécies de vespas do gênero Trichogramma são as mais utilizados hoje no mundo em programas de controle biológico por países que são grandes produtores agrícolas, como o Brasil, para combater pragas que atacam culturas como cana-de-açúcar, milho, soja, algodão e tomate.
Fonte: Vida Rural.