Programa fortalece produção agroecológica em Santa Clara do Sul Divulgação.

Programa fortalece produção agroecológica em Santa Clara do Sul Destaque

Escrito por  Mar 23, 2019

Produção agrícola de Santa Clara do Sul passa por uma verdadeira transformação

Desde junho de 2017, a produção agrícola de Santa Clara do Sul passa por uma verdadeira transformação. Foi naquele mês que foi lançado o Programa Santa Clara Mais Saudável, política pública municipal apoiada pela Emater/RS-Ascar, Prefeitura e outras entidades, que define normas e ações para a consolidação de um sistema de produção orgânica no município. São 30 famílias envolvidas no projeto, sendo 13 já certificadas como de produção orgânica, que buscam, por meio da sustentabilidade e do respeito ao meio ambiente, a adoção de um sistema de produção de alimentos livres de agroquímicos.

Ao lado dos extensionistas da Emater/RS-Ascar de Santa Clara do Sul, Sandra Gerhardt e Luiz Bernardi, o responsável pelo planejamento estratégico e pela execução das etapas técnicas da política pública, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Ivan Bonjorno, destaca o fato de o programa buscar envolver toda a cadeia produtiva de alimentos saudáveis, iniciando na preparação do solo, passando pelo manejo dos cultivos, até chegar aos canais de comercialização. "De lá para cá foram diversas oficinas, reuniões e visitas técnicas, em que temas como manejo ecológico do solo, elaboração de biofertilizantes e diversificação da produção foram trabalhadas com as famílias", explica.

Para o extensionista, o trabalho intenso já rende "bons frutos". A participação em feiras orgânicas em Lajeado e a consolidação de uma feira nos mesmos moldes inaugurada em Santa Clara do Sul no ano passado demonstraram o avanço dessa política pública. "O mesmo vale para a merenda escolar da rede municipal, que atualmente é constituída por 40% de cultivos agroecológicos", observa Bonjorno."É um movimento natural que traz qualidade para a mesa dos munícipes, garantindo ainda geração de renda em um ambiente saudável", reforça o prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch.

Produtores há pouco mais de um ano, o casal Edson Mohr e Joselha Camargo, da localidade de Alto Arroio Alegre, trabalhava na cidade antes de investir em cultivos orgânicos. "A gente tinha a terra, mas não sabia muito bem o que fazer com ela", explica Joselha. Foi por meio do apoio da Emater/RS-Ascar que o casal entrou no programa, iniciando na produção de hortaliças, plantas condimentares e não convencionais, num mix de mais de 50 produtos cultivados. "Sinceramente, hoje a gente quase não vence entregar, tamanha a demanda por esse tipo de produto", avalia a agricultora.

Como filhos de agricultores, o casal sempre teve contato com cultivos considerados mais "naturais", o que tornou o processo um pouco mais tranquilo. "Claro que houve dificuldades, há algumas exigências no manejo, mas nada que não possa ser contornado", pontua Edson.

Beneficiários de outras políticas públicas, como o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), do Governo Federal, e o Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar (PGSAF), do Governo do Estado, o casal se diz feliz. "Não é apenas a renda que está em jogo, mas a qualidade de vida e todo o aspecto social que há por trás", avalia Joselha.

O casal Semildo e Isair Alves, de Alto Arroio Alegre, concorda com Edson e Joselha. Produtores de frutas como uva, laranja, bergamota e abacaxi, além de erva-mate, garantem que todos os cultivos têm mercado garantido. "É interessante notar como o público da cidade está mais atento a esse modelo de produção", destaca Isair. Bovinocultores de leite até o ano passado e com um familiar com problemas de saúde, resolveram apostar na adesão ao programa e cultivar alimentos saudáveis, gerando alguma renda. Não por acaso, o excedente de feijão, aipim e batata-doce também "vai pra feira".

Para Semildo, a transição para agroecologia foi um processo natural na propriedade, que possui quatro hectares de área cultivada. "Sem os animais, não precisamos mais produzir milho, o que facilitou o manejo", observa. Para proteger os cultivos, a adoção de cobertura verde, o manejo de plantas espontâneas e o uso de caldas naturais previnem o pomar de doenças. "O resultado disso é o fato de que a gente nunca trouxe uma caixa sequer de laranja para casa, depois de uma feira", exemplifica Isair. "É claro que não é fácil, mas é possível", completa.

Bonjorno ressalta ainda o fato de que as trocas de experiências entre os agricultores, as capacitações e as visitas a outros produtores para conhecer novas realidades tiveram papel fundamental na construção da política pública. A este, outros programas como o que levou pomares orgânicos de frutas para os agricultores de Santa Clara do Sul, com apoio da Embrapa Clima Temperado e da cooperativa Sicredi, têm estimulado a população para que esta ?abrace? este modelo de cultivo. "O resultado de um projeto desta envergadura, tão desafiador, certamente é compensador", finaliza.

 

 

Fonte: Agrolink.

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