Pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE), na Suíça, indicaram que as sementes permanecem em um estado dormente desde que as condições ambientais não sejam ideais para a germinação. De acordo com eles, a profundidade deste sono, que é influenciada por vários fatores, é herdada de sua “mãe”.
Sendo assim, eles revelam na revista eLife como essa marca materna é transmitida através de pequenos fragmentos dos chamados RNAs "interferentes", que inativam certos genes. Os biólogos também revelam que um mecanismo semelhante permite transmitir outra marca, a das temperaturas presentes durante o desenvolvimento da semente. Quanto mais baixa esta temperatura, maior será o nível de dormência da semente e este mecanismo permite que a semente otimize o tempo de sua germinação.
A dormência é implementada durante o desenvolvimento da semente na planta mãe. Esta propriedade permite que as sementes germinem durante a estação apropriada, para evitar que todos os descendentes de uma planta se desenvolvam no mesmo local, competindo por recursos limitados e promovendo a dispersão de plantas.
As sementes também perdem sua dormência em tempos variáveis. “Subespécies da mesma planta podem ter diferentes níveis de dormência, dependendo das latitudes em que são produzidas, e queríamos entender o porquê”, explica Luis Lopez-Molina, professor do Departamento de Botânica e Biologia Vegetal da Faculdade UNIGE de Ciência.
No presente estudo, os pesquisadores mostram que essa impressão materna é transmitida por um mecanismo epigenético, que influencia a expressão de certos genes sem alterar sua sequência. O alelo paterno de ALN é 'silenciado' por modificações bioquímicas chamadas metilação, que são realizadas na região promotora do gene para inativá-lo.
Fonte: Agrolink.