Uma das conclusões de uma série de estudos realizados pelo Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM) foi de que a quantidade de evidências necessárias para sugerir um efeito carcinogênico dos pesticidas diminuiu constantemente. Foi isso que indicou um artigo publicado no portal geneticliteracyproject.org.
De acordo com os estudos, os argumentos que indicam a segurança dos pesticidas nunca conseguem ser refutados pelos cientistas, ao contrário daqueles que indicam o contrário. Isso porque, a maioria das pesquisas feitas para tentar comprovar a carcinogenicidade dos defensivos compara agricultores com agricultores, e nunca com o resto da sociedade.
“O fato de que não houve diferença entre os agricultores que usam e aqueles que não usam pesticidas nunca foi abordado ou foi interpretado como demonstrando ‘contaminação’ do grupo livre de pesticidas, mas mais uma vez sem qualquer prova”, diz o texto.
A hipótese inicial de que os pesticidas causam câncer nos agricultores é, de fato, uma hipótese científica, de acordo com os pesquisadores. No entanto, ele pode ser refutado ou validado, medindo a incidência de câncer entre os agricultores que usam pesticidas e comparando com o resto da população. “Mas vimos que essa hipótese tendeu mais para a refutação”, completa.
Nesse cenário, as afirmações poderiam ser validadas ou refutadas “ao comparar a incidência de câncer em fazendeiros a de outras ocupações que envolvem atividade física moderada. Ou comparando a incidência de câncer em agricultores que usam pesticidas e agricultores que não usam nenhum. Como nenhuma dessas comparações foi feita até o momento, a irrefutabilidade dessa hipótese permanece inteiramente teórica”, conclui.
Fonte: Agrolink.