Um estudo realizado em 17 países feito pela Corteva AgriscienceTM, entrevistou 4.157 produtoras rurais que vivem realidades distintas em cinco continentes diferentes, 433 delas no Brasil. De acordo com a pesquisa, 90% das brasileiras têm muito orgulho de trabalhar no campo ou na indústria agrícola, número que excede a média global de países incluídos na pesquisa. O levantamento também mostra que elas sentem que suas contribuições são fundamentais para alimentar e apoiar suas famílias, comunidades e sociedade.
No Brasil, 78% das mulheres acreditam que existe discriminação de gênero (mais do que a média global, que é de 66%). Além disso, 63% das brasileiras disseram que atualmente existe menos discriminação do que há 10 anos e 44% consideram que o País levará, em média, de uma a três décadas para alcançar equidade entre os gêneros. Um dado que chamou atenção é que quase 50% das brasileiras relatam ganhar menos do que os homens. Importante destacar que no Brasil esta percepção é pior do que nos demais países, cuja média é de 40%.
Outro dado revelado na pesquisa aponta que 89% das mulheres no Brasil gostariam de ter mais acesso a treinamentos. Na América Latina, em países como México e Argentina, os números são semelhantes, 86% e 84%, respectivamente. Ainda sobre educação, 87% das brasileiras e mexicanas gostariam de ampliar seu nível de formação acadêmica. As argentinas aparecem logo depois, com 85%.
A relevância da mulher no agronegócio é uma bandeira que a Corteva levanta globalmente. Por meio dessas ações em celebração ao Dia Internacional da Mulher Rural, que é comemorado no dia 15 de outubro, queremos colaborar para aumentar a visibilidade da mulher no setor e para que tenham condições de desempenhar seu ofício com todos os direitos garantidos”, explica Vivian Bialski, diretora de Comunicação da Corteva para América Latina. “Orgulho nem sempre reflete satisfação, e os dados provam do estudo provam que precisamos melhorar em muitos aspectos. A nossa pesquisa foi feita para tentar entende-las e assim poder atende-las – nossa principal ação com os frutos diretos do estudo, foi a Academia de Liderança das Mulheres do Agronegócio, um programa que trouxe mais informação e educação”, ressalta a diretora de Comunicação.
A primeira turma da Academia se formou no dia 08 de outubro. Foram 20 mulheres, produtoras rurais, administradoras e que trabalham com atividades técnicas. A Academia de Liderança das Mulheres do Agronegócio trabalhou com três módulos: a propriedade e o mundo - de que maneira o mercado impacta na gestão da propriedade, o poder – defesa de interesses coletivos e liderança feminina – a mulher como representante do agro.
“Participar da Academia foi fantástico, foi uma troca de experiências muito grande e essa troca é o que faz a diferença no agronegócio. Tivemos uma união entre as mulheres – que agregou positivamente em todos os aspectos. Hoje já vivemos um momento em que todos estão percebendo a diferença que uma mulher faz, pela sensibilidade e pela maneira de tratar assuntos – temos uma visão mais ampla”, salienta Rosi Cerrato, produtora rural e participante da Academia de Mulheres da Corteva.
Como derrubar essas barreiras e alcançar a equidade?
-A maioria das mulheres relatou progresso em direção à equidade de gênero, mas 72% das entrevistadas disseram que levará de uma a três décadas para atingir a igualdade plena. Cinco ações-chave, de acordo com as produtoras rurais, foram identificadas para remover os obstáculos à equidade:
-Mais treinamento em tecnologia (citado por 80%)
-Mais educação acadêmica (citado por 79%)
-Mais apoio – jurídico e de outras formas - para ajudar as mulheres na agricultura que sofrem discriminação de gênero (citado por 76%)
-Comunicar mais amplamente (ao público em geral) os sucessos e contribuições das mulheres na agricultura (citado por 75%)
-Sensibilizar o público para a discriminação de gênero na agricultura (citado por 74%)
Saiba mais sobre o estudo:
Dados gerais da pesquisa
- Realizada entre agosto e setembro de 2018.
- Entrevistou 4.157 mulheres em 17 países distribuídas entre Ásia-Pacífico (24%), América do Norte (21%), América Latina (21%), Europa (19%) e África (15%).
- A maioria das mulheres entrevistadas trabalha com agricultura ou está envolvida em outras atividades relacionadas ao agronegócio.
- Dentre as entrevistadas estão: mulheres que comandam pequenas propriedades familiares até aquelas que têm empresas com mais de 300 funcionários.
- Os cargos das entrevistadas variam de proprietárias e gerentes, a funcionárias e trabalhadoras.
- A média da faixa etária das entrevistadas é de 34 anos.
- Países pesquisados: Ásia e Oceania - China, Índia, Indonésia, Austrália; América do Norte - EUA, Canadá; LATAM - Brasil, México, Argentina; EUROPA - França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido; ÁFRICA - Quênia, Nigéria, África do Sul.
- 58% das entrevistadas se diz feliz com seu trabalho, mas 51% diz que não é reconhecida, 41% não considera que tem voz ativa no negócio e 43% sente que pode tomar decisões sozinha.
Pesquisa – recorte Brasil
- 78% acreditam que existe discriminação de gênero no Brasil (mais do que a média global, que é de 66%).
- 80% das mulheres que responderam à pesquisa estão na faixa etária entre 20 e 39 anos.
- Maior parte das entrevistadas é dona ou sócia-proprietária (44%), 24% são funcionárias, 18% gerentes e 12% supervisoras.
- 55% são pequenas produtoras (de 01 a 19 funcionários).
- 90% têm muito orgulho do ofício no Brasil (mais do que a média global de 70%).
- 63% das brasileiras acreditam que atualmente existe menos discriminação do que há 10 anos (dentro da média global).
- 44% das brasileiras consideram que o País levará em média de uma a três décadas para alcançar equidade entre os gêneros.
- 49% dizem que ganham menos que os homens.
- 42% dizem que têm menos acesso a financiamento do que os homens.
- Para as produtoras brasileiras, família e estabilidade financeira estão no topo das preocupações. Por mais que tenham orgulho do que fazem, o trabalho aparece como uma das últimas prioridades.
Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
Durante o 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, aconteceu a premiação da 2ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, que busca valorizar as práticas de gestão inovadoras de agricultoras e pecuaristas brasileiras.
Grande Propriedade
1º Lugar: Carla Sanches Rossato – Sertanópolis – Paraná
2º Lugar: Beatriz Vilela Pacheco – Boa Esperança – Minas gerais
3º Lugar: Téia Fava – Barra do Garças – Mato Grosso
Média Propriedade
1º Lugar: Vivian de Freitas Machado Oliveira – Araguaiana – Tocantins
2º Lugar: Luciane Rheinheimer – Carazinho – Rio Grande do Sul
3º Lugar: Marinez Ana Bortolanza Croda – Matelândia – Rio Grande do Sul
Pequena Propriedade
1º Lugar: Ivanda Maria Winter Heck – Missal – Paraná
2º Lugar: Lidiane dos Santos da Silva – Viamão – Rio Grande do Sul
3º Lugar: Gabriela Gruisen Breg – Holambra – São Paulo
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