Uso de óleos essenciais agrega valor ao agronegócio Destaque

Escrito por  Dez 19, 2019

O setor de óleos essenciais está em ascensão em todo o mundo. Levantamento da Research And Markets, instituto que elabora pesquisas globais em diversos segmentos, mostra que esse mercado deve atingir 400 mil toneladas até 2025, crescimento médio anual de 8,6%. A busca por produtos mais saudáveis feitos sem agredir o meio ambiente, estimulada, sobretudo, pela indústria de cuidados pessoais e cosméticos, e as novas formas de utilização na saúde e na agricultura explicam o aumento da demanda.

E é do campo que boas iniciativas estão nascendo. A Agropaulo Agroindustrial, empresa do Grupo Telles, tem investido recursos próprios em pesquisa e tecnologia para o desenvolvimento de defensivos naturais, que utilizam óleos essenciais em sua composição. Esse incremento em P&D se mostrou estratégico para o Grupo agregar maior valor no agronegócio, antes concentrado na cadeia da cana-de-açúcar, matéria-prima da aguardente Ypióca, principal ativo da companhia vendido em 2012.

“Inicialmente, plantamos uma área experimental para produção de espécies vegetais nativas e extração de óleo essenciais para testá-los no combate de pragas em algumas de nossas áreas agrícolas”, explica Paulo Telles, presidente do Grupo Telles. “Em função dos excelentes resultados obtidos a partir da formulação de três óleos, começamos o processo de registro para defensivo agrícola natural”. A expectativa da empresa é concluir essa etapa entre 2020 e 2021.

Paralelamente, a Agropaulo investiu no desenvolvimento de um fertilizante natural rico em zinco e boro. Com resultados atestados pela Unipinhal (Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal), o produto foi registrado no MAPA com o nome NAT ZB. Certificado pelo IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico) para o uso na agricultura orgânica, o NAT ZB tem tido crescente demanda nas principais regiões produtoras de frutas do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

A experiência bem-sucedida abriu novas possibilidades de negócios e a empresa, em breve, dará início à venda dos óleos essenciais in natura. Para isso, a área plantada e irrigada mantida na fazenda de Jaguaruana, no Ceará, passará de 20 hectares para 60 hectares. “Estamos ampliando o cultivo de citronela, alecrim-pimenta e capim-santo, plantas das quais extraímos nossos óleos. Vamos oferecê-lo tanto para o atacado, em indústrias de cosméticos e fármacos, quanto no varejo, para o consumidor final”, destaca Paulo Telles.

Tecnologia e consciência ambiental

O uso de recursos renováveis do meio ambiente acompanha a evolução das necessidades humanas. A extração dos óleos essenciais das plantas, em particular, remonta à Idade da Pedra Polida (7.000 a.c. a 4.000 a.c.). Com o passar dos séculos, a diversificação de suas finalidades se expandiu. Os egípcios, por exemplo, utilizavam os óleos como pomadas terapêuticas e artigos de perfumaria; na Babilônia, as primeiras aplicações eram voltadas aos cuidados com a saúde; e, entre os gregos, para massagem corporal.

No Brasil, a indústria de extração do óleo teve início na década de 1920. Mas o setor decolou mesmo no fim dos anos 1930 para atender os países europeus, que enfrentavam uma crise de desabastecimento do produto em virtude da Segunda Guerra Mundial.

Hoje, o avanço da tecnologia para extração, que reduz o custo de produção, o crescente engajamento de empresas pela preservação e sustentabilidade ambiental e o aumento do consumo de produtos naturais alavancam o negócio de óleos essenciais mundialmente.

“É fundamental despertar a consciência de que precisamos produzir cada vez mais com eficiência e de forma ecologicamente correta. Apostamos numa produção mais natural e saudável”, completa Paulo Telles, referindo-se ao novo momento da Agropaulo Agroindustrial.

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