O consultor da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, conduziu o debate online e afirmou que os dados levantados pelo projeto são importantes para os produtores pensarem em estratégias eficientes e os próximos passos da atividade.
O assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, informou que os custos da tilápia foram levantados nos municípios de Niquelândia e Gouvelândia, em Goiás, e Massaranduba, em Santa Catarina. Já os dados do cultivo de tambaqui foram analisados em Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, e da carcinicultura (camarão) em Canavieiras (BA) e Florianópolis (SC).
Durante a live, Thiago disse que ração e energia elétrica foram os itens que mais pesaram no Custo Operacional Efetivo (COE) dos aquicultores em 2022. No cultivo de tilápia em Massaranduba, a ração representou 83,7% do COE, por exemplo. Já na produção de tambaqui em Ouro Preto do Oeste, esse mesmo item totalizou 81,4%.
“Apesar das dificuldades em relação ao Custo Operacional Efetivo, em todas as regiões analisadas o produtor conseguiu sobreviver na atividade no curto prazo”, avaliou Rodrigues.
De acordo com o assessor da CNA, os números revelam que a baixa eficiência produtiva dos sistemas, aliada à alta nos preços dos insumos, foram fatores determinantes para os resultados observados na maioria das propriedades. Os dados também indicam a necessidade de uma boa taxa de conversão alimentar para aproveitar melhor o insumo mais caro da aquicultura.
Rodrigues encerrou sua palestra destacando que o fortalecimento do consumo doméstico de produtos da aquicultura é um desafio setorial. “Estimulado pelo mercado, o aquicultor passa a se preocupar com a eficiência produtiva, buscando melhores índices de conversão alimentar e sobrevivência dos animais”, disse.
Em seguida, o professor zootecnista da Universidade Estadual de Maringá (UFM), Ricardo Ribeiro, falou sobre como melhorar o custo de produção na aquicultura. “Estratégias de manejo, genética, qualidade e procedência dos alevinos, nutrição, qualidade da ração, investimentos em automação e tecnologia podem fazer a diferença e garantir maior retorno financeiro da atividade”, disse.
Para Ricardo, o grande desafio da piscicultura para os próximos anos é o desenvolvimento de sistemas que aperfeiçoem a eficiência de produção, a geração e a distribuição de renda e mantenham a integridade dos ecossistemas utilizados.
Em sua palestra, o professor também destacou o papel do melhoramento genético na aquicultura. “Ele tem o poder de modificar o animal para melhor o desempenho e adaptação às condições de criação; de aumentar a produtividade; proporcionar grande retorno do investimento; auxiliar na redução da diferença entre a demanda e a oferta de produtos e permitir o manejo e o controle da endogamia”.
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