Um estudo realizado pelo John Innes Center (JIC), no Norwich Research Park, na Inglaterra, projetou uma planta de trigo geneticamente modificada (OGM) que pode produzir farinha branca com ferro extra, potencialmente trazendo benefícios para a saúde dos portadores de anemia. Um teste de campo de três anos das usinas biofortificadas está sendo realizado sob condições controladas.
O projeto segue os avanços no sequenciamento do genoma do trigo, que permitiu aos pesquisadores identificar os genes responsáveis pelo transporte de ferro, um importante micronutriente que estimula os níveis de hemoglobina no sangue. A equipe do JIC foi capaz de mover um desses genes e torná-lo ativo no endosperma, a principal parte amilácea da semente de trigo que produz farinha branca, mas tem um baixo teor de ferro.
Atualmente, a farinha branca é fortificada usando pó de ferro ou sais de ferro, mas os testes de colheita, se bem-sucedidos, removerão a necessidade desse processo criando uma planta de trigo que produz farinha com seu próprio ferro natural incorporado. A coordenadora do projeto, Janneke Balk, disse que aumentar os níveis de ferro na alimentação diária poderia ajudar o número estimado de um bilhão de pessoas que sofrem de anemia por deficiência de ferro em todo o mundo.
"Nós temos como alvo a farinha branca, porque depois de anos de campanhas para levar as pessoas a comerem produtos integrais, muitas pessoas ainda preferem pão branco e muffins. Além disso, a farinha integral que usa as porções de farelo e germe de trigo e sementes que contém mais ferro, mas nem todo é absorvido pelo corpo. Ao produzir farinha branca com alto teor de ferro, podemos alcançar mais pessoas e causar o maior impacto na saúde pública”, explica.
Fonte: Agrolink.