Mercado financeiro analisa risco de um desaceleração da economia chinesa com o Coronavírus e ativos com maior risco despencam Destaque

Escrito por  Jan 29, 2020

O Coronavírus está no centro das discussões e dos negócios no mercado financeiro global neste início de semana. Recuam as commodities - agrícolas, energéticas e metálicas - as ações, bolsas de valores e há muita incerteza em torno dos investimentos, explica o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

"A questão do Coronavírus traz, justamente, isso, essa questão da incerteza. Incerteza sobre o crescimento econômico chinês, o quanto isso pode ter consequências sobre o crescimento econômico mundial e isso num período em que a trégua comercial com os EUA trazia um alento no curto prazo", diz.

Ainda segundo Vieira, ainda faltam notícias mais concretas sobre a extensão da epidemia pelo vírus - que já matou mais de 80 pessoas na China e com casos confirmados em cerca de 14 países até este momento - fazendo com que a aversão ao risco no mercado financeiro seja intensa e crescente. Até este momento, o que mais preocupa nesse vírus é sua capacidade de transmissão e restransmissão.

Mais do que isso, segundo o economista, ainda não é possível afirmar até quando a pressão exercida por notícias como esta pode durar e quando se inicia um movimento de recuperação. "Se tem muito pouca previsibilidade e então a reação humana acaba se sobrepondo a qualquer reação técnica", diz Vieira.

O surto do Coronavírus se agrava no período do feriado do Ano Novo Lunar - intervalo de intensa movimentação de pessoas pelo país - e que já foi estendido por mais três dias pelo governo chinês para evitar um agravamento do quadro. Diante disso, se especula sobre a demanda da nação asiática por produtos básico.

"Óbvio que as pessoas não vão deixar de comer na China, mas todos os temores se desenham neste contexto de curto prazo (...) A reação do mercado é o temor de uma atividade econômica chinesa abaixo das expectativas, inclusive de uma perspectiva de recuperação, ainda que lenta", diz o economista.

Vieira afirma ainda que é cedo para saber quais serão as ações da China em relação às commodities, embora se saiba de sua necessidade de importação. Muita incerteza, portanto, ainda pauta os negócios. Dessa forma, a orientação do economista é de que os produtores brasileiros estejam protegidos, com ferramentas como o hedge, por exemplo.

"Quem não fez hedge, não fez seguro. Os famosos hedges que os produtores precisam fazer, em especial relacionados a campo, principalmente no momento de entressafra, pode ser que peguem um dos piores momentos nestas viradas. É muita atenção que precisa ter", diz.

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