Por Luiz H. Pitombo
Aspectos relacionados às reduções de temperatura, umidade e comprimento do dia fazem com que as forrageiras tropicais perenes permaneçam dormentes ou pouco produtivas durante o Outono/Inverno (de abril a setembro). Isto permite, através da sobressemeadura de espécies anuais de clima temperado, dotadas de maior valor nutritivo, prolongar a estação de pastejo com boa lotação e melhor desempenho animal num período crítico do ano.
No geral, possibilitam produções de leite ao redor de 12 a 15 litros/vaca/dia, com uma taxa de lotação entre 3 e 4 UAs (unidades animais de 450 kg de peso vivo) sem qualquer suplementação. A
produtividade por hectare pode ficar ao redor dos 5 mil litros de leite, ou pouco mais, considerando sua utilização por cerca de 5 meses.
A suplementação do rebanho baseada em volumosos conservados, como silagem, feno ou concentrados, se mostra mais cara e trabalhosa do que a sobressemeadura. Ela também possibilita
o maior aproveitamento e racionalização de investimentos em insumos e equipamentos de alto valor, como fertilizantes, irrigação, cercas e máquinas em função do prolongamento em seu
uso durante o ano. Produtores mais tecnificados têm sido atraídos para o uso da técnica.
“O interesse e a adoção da sobressemeadura, principalmente fora de áreas de Outono/Inverno mais frio e chuvoso aumenta, provavelmente, por se ajustar muito bem aos sistemas mais intensivos
e sustentáveis, em que se fazem grandes investimentos em fertilidade do solo e, em particular, em irrigação”, afirma o zootecnista Felipe Tonato, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP. A própria unidade adota a técnica em seus pastos e a tem recomendado dentro do programa de difusão de tecnologia lá desenvolvido, o Balde Cheio, como uma das alternativas para melhor aproveitar áreas de produção intensiva de gramíneas com irrigação.
Fonte: Balde Branco.