No entanto, de acordo com o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco, não haverá maiores consequência para o Brasil. “Não estamos atrelados a eles. No máximo, se reduzirem a produção de trigo, como na Era anterior dos Kirchner, vamos diversificar os fornecedores ou aumentar a nossa própria produção (o que seria ótimo para a expansão no Cerrado, por exemplo, que teria um trigo semelhante)”, explica ele.
Para o agronegócio argentino, por outro lado, o especialista aponta que o resultado das eleições presidenciais “vai ser péssimo, porque os esquerdistas daquele país vão direto apunhalar o coração dos agroexportadores. Dizem que ‘exportam o alimento do povo para enriquecer’, esquecendo-se que o agro traz divisas, paga impostos e gera empregos”.
“O principal problema da Argentina é justamente falta de divisas, trazidas pelo agronegócio. Foi este o motivo de todos os seus males. E o novo governo vai acentuar isto, porque tem uma visão obtusa do que fazer. Mais de 48% da população argentina depende de alguma ajuda do governo. Se continuar a combater os empresários, quem gerará os impostos para o governo distribuir benesses?”, questiona.
O analista da T&F também projeta um futuro complicado para o Mercosul. “As ideias liberais do Brasil não batem com as populistas do novo governo argentino. O divórcio é inevitável”, conclui Pacheco.
Na avaliação do professor Marcos Fava Neves, há "riscos de voltarem com força as 'retenciones' (impostos sobre exportações) e uma política mais protecionista, dificultando nossas exportações. Mas o Congresso e Senado estão bem divididos, acho que será difícil terem aventuras mais perigosas".
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