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Produção de Leite Orgânico: mercado crescente no Brasil Divulgação.

Produção de Leite Orgânico: mercado crescente no Brasil Destaque

Escrito por  Abr 23, 2019

Em um mundo cada vez mais consciente em relação às questões ambientais e mais exigente quanto à alimentação de qualidade, cresce a cada dia a demanda por produtos ambientalmente corretos e livres de agrotóxicos, medicamentos e outros produtos químicos.

Os chamados “orgânicos” vieram para ficar e o leite também está na mira!

No Brasil, aumenta a cada dia a procura pelo chamado “Leite Orgânico”, o que tem feito muitas propriedades leiteiras investirem neste mercado.

Orgânico x Convencional

Segundo Carlos Castro, Maria de Fátima Pires e Luiz Aroeira, pesquisadores da Embrapa, o que difere esse produto do leite convencional é a garantia da ausência de resíduos químicos, possuindo o mesmo sabor e valor nutritivo. Além do processo de produção ser baseado em uma exploração economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente justa.

Nesse tipo de produção leiteira, os cuidados para garantir produtividade são basicamente os mesmos da produção convencional: pasto de qualidade e melhoramento genético dos animais. O que muda são as restrições do modelo orgânico estabelecido para que fazendas de leite sejam certificadas como produtoras de leite orgânico, como por exemplo:

-Animais criados de forma saudável, sem a utilização de antibióticos, hormônios ou vermífugos, havendo a substituição por medicamentos fitoterápicos ou homeopáticos;
-A troca das adubações químicas por adubações por compostos orgânicos;
-Intensificação do uso da terra através de métodos mais eficientes de irrigação;
-Compromisso com a preservação ambiental em toda a extensão da fazenda;
-Garantia de condições adequadas aos trabalhadores.
-Certificação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabelece uma série de procedimentos para que o leite de uma propriedade seja considerado orgânico. Tais procedimentos regulamentam a alimentação do rebanho, instalações e manejo, escolha de animais, sanidade e até o processamento e empacotamento do leite. Mas há ainda a necessidade de certificação desses produtos por meio de empresas específicas, de reputação ilibada, que conferem um selo ao produto, atestando-o como sendo orgânico.

Prós e Contras

Arthur Chinelato, pesquisador da Embrapa no Projeto Balde Cheio, destaca que o pecuarista só deve entrar neste modelo de produção se tiver certeza de compra dos produtos, uma vez que o custo de produção é maior que o convencional. “Os adubos orgânicos são mais caros do que os fertilizantes químicos e a concentração de nutrientes é menor. Assim, o produtor tem que usar maior quantidade”. Outro desafio destacado por ele é a suplementação alimentar mais cara e mais difícil de encontrar.

Na Revista Milkpoint, Jozivaldo Morais apresenta as dificuldades com a produção de forragens, o combate a ectoparasitos sem medicação, o processamento do produto e a certificação desse sistema como entraves para o maior crescimento da produção de leite orgânico no Brasil.

A notícia boa é que o leite orgânico é vendido a preços bem mais atrativos que o leite convencional e que, segundo o Ministério do meio Ambiente, o mercado de orgânicos cresce, desde 2009, 25% ao ano, e que a demanda ainda é maior do que a disponibilidade.

O leite orgânico possui valor agregado e, portanto, custo final mais elevado, restringindo seu consumo à população com maior poder aquisitivo. Porém, existe uma tendência de mudança deste cenário a partir da disponibilização de tecnologias que irão contribuir para redução no custo de produção, aumento da oferta do produto no mercado e consequentemente redução do preço do leite orgânico nas prateleiras.

Quem arriscou, aprovou!

Ainda é pequeno o número de propriedades que exploram a pecuária leiteira orgânica certificada no Brasil, mas algumas iniciativas já estão acontecendo inclusive, através de parcerias entre fazendas, buscando capacitações e certificações.

E já tem fazendeiro de leite feliz da vida depois de arriscar a troca do convencional pelo orgânico. É o caso da Fazenda Nata da Serra, do produtor Ricardo Schiavinato, em Serra Negra, interior de São Paulo: “Até 2006 minha propriedade patinava. Nossa produção de leite orgânico era extrativista. As vacas sofriam muito porque não se alimentavam direito. Eu trabalhava e não tinha resultados. Em 2006 a produção diária era de 250 litros de leite. Hoje, com a produção agroecológica, produzo diariamente cerca de 1.200 litros de leite orgânico”.

 

Encarar processos de mudança exige tomadas de decisão conscientes por parte do produtor. Saber analisar os custos da produção de leite é o básico do gerenciamento de fazendas leiteiras.

 


Fonte: Fundação ROGE.

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