“O mesmo probiótico presente na ração canina hoje é usado para suplementar a ração de bezerros, por exemplo. Obviamente que a eficiência desses microrganismos não será a mesma nessas diferentes espécies”, afirmou.
A fim de formular probióticos mais segmentados para nutrição animal, a empresa desenvolveu, por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), uma tecnologia para seleção de microrganismos capazes de induzir os melhores ganhos de saúde e produtividade para cada tipo de animal a partir da análise de sua microbiota – o conjunto de microrganismos presentes no trato intestinal.
Os resultados das análises genéticas dos microrganismos encontrados no sistema digestivo dos animais são correlacionados com, aproximadamente, 50 parâmetros de saúde e desempenho, como produção e composição do leite.
Probióticos mais eficientes
“Os microrganismos que se correlacionarem com os melhores parâmetros de saúde e desempenho são adicionados na formulação de um novo probiótico específico para um determinado tipo de animal, mais eficiente do que os disponíveis no mercado”, explicou Natanael.
Por meio da plataforma tecnológica, os pesquisadores da empresa desenvolveram um probiótico especificamente para gado leiteiro criado no Brasil.
Testes em fazendas experimentais mostraram que a adição do novo probiótico na ração do rebanho induziu um aumento de 5% na produção de leite após 45 dias de suplementação, afirmou o pesquisador.
“Esse resultado é muito semelhante ao obtido com a aplicação dos principais antibióticos usados hoje na pecuária leiteira, como a monensina sódica e a virginiamicina, com as vantagens de ser um produto natural e não deixar vestígios no leite e na carne do animal”, disse.
A empresa, incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), no campus da Universidade de São Paulo (USP) na capital, está à procura de parceiros nas indústrias de ração animal e de insumos veterinários interessados em testar o produto. “Nossa ideia é vender o produto diretamente para essas indústrias e não ser um fornecedor direto para os agropecuaristas.”
Fonte: Fapesp