A cobertura do seguro rural deve aumentar e se aprofundar de acordo com a realidade da produção nacional. O Ministério da Agricultura está trabalhando com a Embrapa para criar um sistema de zoneamento agrícola por sistemas de produção ainda este ano, segundo o secretário de política agrícola Eduardo Sampaio Marques.
“Hoje, nós temos sistemas de produção mais complexos, com riscos diferentes. Estamos tentando colocar esses sistemas dentro do seguro rural. O objetivo é reduzir o custo do prêmio e tentar massificar mais o seguro”, diz o secretário.
“Há sistemas desenvolvidos para serem mais resilientes ao clima como, por exemplo, o perfil de solo, que faz as plantas aprofundarem raiz e sofrer menos o efeito de uma seca. Se a pessoa está num sistema de produção como esse, naturalmente ela tem que fazer jus a um prêmio de seguro mais baixo, mas isso não está quantificado”.
A ideia é desenvolver um zoneamento que agregue os diferentes sistemas de produção. “E a soja plantada depois de milho, e a soja plantada depois de capim, a soja plantada em um sistema mais moderno, de boas práticas? Queremos começar a agregar os sistemas de zoneamento, que é a base do seguro rural”.
Eduardo Marques diz que ainda neste ano a Embrapa vai começar a fazer o zoneamento de risco climático para sistemas de que, hoje, não são considerados. “Dentro da complexidade da nossa agricultura, eu quero que seja refletido o custo que o produtor paga para acessar o seguro”.
O modelo atual é baseado no zoneamento climático e não por sistemas produtivos. Para o cálculo, dados sobre variedades de plantas são cruzados com características de solo e épocas de plantio por município. O resultado determina os níveis de risco para cada realidade.
Fonte: Revista Globo Rural.