Quinta, 21 Novembro 2024

Em meio a um momento decisivo para a safra em desenvolvimento, as condições climáticas emergem como um fator determinante, influenciando a produção agrícola no Brasil. A Céleres analisou o cenário climático no Brasil, veja abaixo:

por Maurício Antônio Lopes/ Presidente da Embrapa2

A Ciência nos diz que 13.5 bilhões de anos atrás o fenômeno do Big Bang trouxe à existência o que hoje chamamos de matéria, energia, tempo e espaço. Do hidrogênio surgiram os átomos e, deles, as moléculas, as quais se combinaram em estruturas de crescente complexidade, que chamamos de organismos, dentre eles a nossa espécie – Homo sapiens. Na trajetória fascinante do nosso planeta, a física estruturou a química, que organizou a biologia – e, juntas, sintetizaram intrincadas estruturas e arranjos que, há 70 mil anos atrás, deram origem à civilização humana. O surgimento da linguagem permitiu que pequenos grupos de caçadores e coletores, nômades, se integrassem em grandes grupos e mudassem para um estilo de vida sedentário, baseado em aldeias, vilas e cidades.

O climatologista Luiz Carlos Molion conversou com o Notícias Agrícolas para discutir a divulgação feita pelos institutos internacionais a respeito da ocorrência do El Niño no verão de 2018/19. O IRI/CPC divulgou que existe uma chance de 95% de estabelecimento do fenômeno. Como conta Molion, essa previsão é feita a cada 15 dias, mas com base nos resultados de 18 modelos dinâmicos e oito modelos estatísticos. Cada modelo traz um resultado diferente, a partir dos quais é feita uma média geral e é colocada uma probabilidade. Para o climatologista, esse método seria questionável, já que "nenhum modelo estatístico consegue acertar o El Niño", segundo ele.

Há pouca variação de nebulosidade na maior parte do país, porque uma massa de ar seco ainda segue atuando. As instabilidades continuam somente nas áreas mais ao sul do país, onde há previsão de chuva volumosa e a possibilidade de temporais.

No decorrer dos próximos dias, a chuva segue persistente especialmente no Rio Grande do Sul e no sul de Santa Catarina, onde os acumulados são mais expressivos. Há previsão de chuva também no litoral do Nordeste e nas áreas mais ao norte do país por conta das instabilidades tropicais.

Enquanto isso, na maior parte do Brasil central, o tempo ainda segue seco. A falta de chuva favorece os trabalhos de campo como a colheita do milho. Porém, conforme acontece a colheita, a queda na produtividade é mais observada. A queda, entretanto, é resultado do período de estiagem entre os meses de abril e maio, durante o período de desenvolvimento do milho safrinha.

A China e a União Europeia reafirmaram nesta segunda-feira seu compromisso com o acordo de Paris contra a mudança climática e pediram a outros signatários que façam o mesmo, dizendo que as ações contra o aumento das temperaturas globais se tornaram mais importantes do que nunca.

Após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar seu país do acordo no ano passado, a China e a UE emergiram como as maiores defensoras do pacto de 2015, cuja meta é manter a elevação das temperaturas globais "bem abaixo" dos 2 graus Celsius.

O El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, tem grandes chances de se firmar até dezembro de 2018, trazendo mais chuva para o Sul e Sudeste do Brasil e seca para o Norte e Nordeste, indica a meteorologia. Mas, enquanto o evento climático não se formar totalmente, os produtores rurais precisam ficar atentos devido à imprevisibilidade das chuvas. Segundo Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia, a primeira chuva da Primavera (a estação inicia no dia 22 de setembro) virá antes do tempo para o Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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