Conforme informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no comparativo com 2022, o número de startups na Região Norte mais que quadruplicou, passando de 26 para 116 em 2023, marcando um marco significativo no panorama agroindustrial brasileiro. O mapeamento anual, fruto da colaboração entre Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens, consolidou-se como referência ao fornecer informações atualizadas sobre perfil, segmento, área de atuação e localização das agtechs no Brasil. Além disso, o Radar Agtech identifica ambientes de inovação e cenários de investimento, facilitando a conexão dessas empresas a diversos ecossistemas, nacional e internacionalmente.
Iniciado em 2019, o estudo demonstra uma evolução constante, evidenciando um crescimento de 14,7% nas startups agro no período entre 2022 e 2023, saltando de 1.703 para 1.953. As regiões Sudeste (56,9%) e Sul (26%) lideram em termos de concentração de agtechs.
No ranking das cidades com maior número de startups do agro, predominam municípios das regiões Sudeste e Sul. São Paulo mantém sua posição de destaque, seguida por Curitiba, no Paraná, que ultrapassou outras cidades em número de startups. Ao expandir o escopo para as 20 primeiras colocações, observam-se inclusões de cidades do Centro-Oeste, como Goiânia, e da região Norte, como Manaus e Belém.
Uma inovação do Radar Agtech este ano foi o levantamento sobre a distribuição de pessoas sócias e colaboradoras, considerando gênero e área de atuação nas empresas. Destaca-se um crescimento de aproximadamente 8% na participação de mulheres entre as sócias, passando de 28,7% em 2022 para 36,4% em 2023, conforme uma amostra ampliada de 711 startups.
Analisando as respostas de 247 agtechs, observa-se uma predominância de homens (76,9%). A distribuição de pessoas sócias nas áreas de negócios revela proporções semelhantes de homens, mulheres e não-binárias, com a presença masculina variando entre 75,5% e 79%, aproximando-se da média geral de 76,9%.
Ao examinar as pessoas colaboradoras, nota-se uma distribuição equitativa entre homens, mulheres e não binárias, com uma predominância masculina menor que a média geral (61,8%). Nas áreas mais técnicas, como produção e operações e pesquisa e desenvolvimento, a proporção de homens é superior à média, destacando-se a área administrativa e financeira como a única com uma proporção maior de mulheres (55,3%).
O documento não se limita a quantificar agtechs por segmentos produtivos, oferecendo um levantamento detalhado sobre os tipos de startups predominantes em cada categoria. No segmento "depois da fazenda", as "alimentos inovadores e novas tendências alimentares" despontam como líderes, representando 34% do total nesse segmento. Isso reflete as mudanças nas tendências de consumo, incluindo a preferência por dietas saudáveis e alimentos certificados, evidenciando o impacto das foodtechs nesse cenário.
A transição alimentar destaca-se como um dos pilares essenciais da nova gestão de PD&I da Embrapa, juntamente com a transição energética, inclusão socioprodutiva, digitalização no campo e saúde única.
No segmento "antes da fazenda", as categorias de "crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária", "fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal", e "análise laboratorial" lideram em percentuais. O estudo ressalta que as categorias com menor participação percentual podem indicar oportunidades para empreendedores, como genômica vegetal (11%), genômica animal (6%) e marketplaces de insumos (10%).
Dentro da fazenda, as categorias com maior representação percentual incluem o "sistema de gestão de propriedade rural" (20,8%), "plataforma integradora de sistemas, soluções e dados" (17,9%), "drones, máquinas e equipamentos" (12%) e "sensoriamento remoto, diagnóstico e monitoramento por imagens" (10,3%). Essas quatro categorias abrangem 25,5% das startups mapeadas em 2023.
Finalmente, destacam-se como janelas de oportunidade as categorias com menor presença de agtechs, como "conectividade e telecomunicação" e "apicultura e polinização". O Radar Agtech Brasil 2023 reforça a importância de suas descobertas para o impulso da inovação e investimento no setor agropecuário brasileiro.